
Hoje foi divulgada a notícia de que o relator da Medida Provisória 1.303 — aquela que altera as regras de tributação de diversos investimentos — promoveu mudanças no texto. As debêntures incentivadas, que passariam a ser tributadas em 5%, foram retiradas da proposta e, portanto, mantêm sua isenção de Imposto de Renda para a pessoa física.
Sob uma ótica otimista, trata-se de uma boa notícia. No entanto, todas as demais — e desastrosas — alterações previstas na MP continuam em vigor.
Produtos como LCI e LCA, que financiam setores cruciais da economia brasileira, devem perder sua isenção.
A Medida Provisória tem até outubro para ser aprovada. Estamos torcendo para que ela não avance, mas já nos preparamos para o pior.

As expectativas para o cenário macroeconômico no segundo semestre de 2025 estão centradas nos seguintes pontos: juros dos EUA, inflação no Brasil, desaceleração da economia brasileira e tributação dos investimentos.
Na primeira semana de setembro, tivemos atualizações sobre alguns desses temas.
O mercado de trabalho americano começa a apresentar sinais bastante consistentes de desaceleração, o que favorece a redução dos juros. Para a reunião de setembro, o mercado já precifica uma queda mínima de 0,25 ponto percentual.
Quando os juros nos EUA caem, ativos de risco ao redor do mundo tendem a se valorizar — como é o caso da renda variável e do bitcoin.
No Brasil, a taxa Selic elevada já começa a mostrar seus efeitos. O segundo semestre se revela mais desafiador para a economia brasileira.
Clique e leia nosso relatório com o resumo macroeconômico da semana.

A Minerva S.A. (BEEF3), líder na exportação de carne bovina na América do Sul, informou, em 10 de setembro de 2025, que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) habilitou três novas plantas para exportação à Indonésia: Alegrete (RS), Bagé (RS) e Pontes e Lacerda (MT). Com isso, a companhia totaliza nove plantas habilitadas para o mercado indonésio, incluindo Janaúba (MG), José Bonifácio (SP), Rolim de Moura (RO), Araguaína (TO), Mirassol d’Oeste (MT) e Palmeiras de Goiás (GO).
As nove unidades somam uma capacidade de abate superior a 11 mil cabeças por dia. A Indonésia, com cerca de 275 milhões de habitantes, é um dos maiores mercados de carne Halal, com grande potencial de crescimento. Em 2024, o Brasil exportou 11,4 mil toneladas de carne bovina para o país.

A Vale S.A. (VALE3) anunciou, em 10 de setembro de 2025, a revisão de suas projeções de investimentos de capital para 2025, com foco na otimização do portfólio de projetos. As novas estimativas, baseadas na taxa de câmbio BRL/USD de 5,60, são:
Investimentos de Capital por Tipo (US$ bilhões):
(a) Crescimento: ~1,5 (anterior: ~1,6)
(b) Manutenção: ~4,1 (anterior: ~4,3)
(a+b) CAPEX total: 5,4-5,7 (anterior: ~5,9)
Investimentos de Capital por Negócio (US$ bilhões):
(c) Soluções de Minério de Ferro (inclui Energia e outros): ~3,9 (inalterado)
(d) Metais para Transição Energética: ~1,7 (anterior: ~2,0)
(c+d) CAPEX total: 5,4-5,7 (anterior: ~5,9)

Em 9 de setembro de 2025, uma revisão de cobertura reiterou compra para PetroReconcavo (RECV3), com redução do preço-alvo de R$ 21 para R$ 19. O relatório aponta ausência de catalisadores no curto prazo em razão do ritmo mais moderado de crescimento de produção, o que tende a limitar o momentum das ações no imediato.
Apesar do corte, a tese de dividendos segue atrativa, com projeção de dividend yield médio de 12% ao ano entre 2025 e 2027 (cerca de 35% acumulado), sustentada por breakeven de caixa próximo a US$ 30/barril, cerca de 50% da produção protegida por hedge a US$ 65/barril até 2026 e alavancagem estimada em 1,1x Dívida Líquida/Ebitda no fim de 2025. A disciplina na alocação de capital permanece como pilar e eventuais M&As são tratados como opcionalidade.
Na atualização de premissas, a produção foi revisada para 27,4 mil boe/d em 2025 e 28,8 mil boe/d em 2026, com lifting cost estimado em US$ 14/boe em 2025 e US$ 13,3/boe em 2026, além de visão mais cautelosa para preços realizados, com descontos médios de US$ 11,4/barril na Bacia Potiguar e US$ 2,5/barril na Bahia. Dados recentes indicam que a produção de agosto recuou 1,6% na comparação mensal para 26,4 mil boe/d. Em síntese, o curto prazo permanece desafiado por poucos gatilhos, enquanto o médio prazo se apoia na geração de caixa e no potencial de distribuição de dividendos.

A Nebius viu suas ações dispararem após anunciar um acordo de até US$ 19,4 bilhões com a Microsoft para fornecer infraestrutura de computação em nuvem voltada a inteligência artificial. O contrato, com duração inicial de cinco anos, garante acesso dedicado a GPUs de última geração no novo data center da Nebius em New Jersey.
O movimento sinaliza uma estratégia da Microsoft de expandir rapidamente sua capacidade sem recorrer a grandes investimentos diretos, optando por acordos “off-balance sheet” que utilizam financiamento externo. Essa abordagem pode marcar uma tendência no setor, com grandes empresas de tecnologia buscando parcerias como forma de acelerar a oferta de serviços de IA e responder à alta demanda do mercado.

A Eli Lilly, dona do medicamento Monjauro, anunciou nesta terça-feira o lançamento do TuneLab, uma plataforma de inteligência artificial e aprendizado de máquina voltada para a descoberta de medicamentos. O sistema oferece a empresas de biotecnologia acesso a modelos treinados com anos de dados de pesquisa da própria farmacêutica, que somam um investimento superior a US$ 1 bilhão. A iniciativa segue a tendência do setor de incorporar IA para acelerar processos, reduzir custos e, em linha com as diretrizes da FDA, diminuir a necessidade de testes em animais no futuro.
Segundo o diretor científico da companhia, Daniel Skovronsky, o TuneLab foi criado para democratizar o acesso a recursos avançados de IA, permitindo que empresas menores utilizem as mesmas ferramentas empregadas diariamente pelos cientistas da Lilly. Entre os primeiros parceiros estão a Circle Pharma, que busca desenvolver terapias contra o câncer, e a Insitro, focada em medicamentos de moléculas pequenas.

Após a notícia do acordo para a venda de participação em nove imóveis, o XPML11 embalou alguns dias de alta. De 25 de agosto até 8 de setembro, a valorização acumulada ultrapassa 6%. A transação ainda depende do cumprimento de algumas condições, que devem ser superadas em até 90 dias.
Em termos de resultado, o fundo divulgou mais um mês de crescimento nas vendas em comparação ao mesmo período do ano passado. O desempenho do XPML11 contrasta com o cenário macroeconômico, marcado pela redução nas vendas do varejo. A Selic a 15% já mostra reflexos na diminuição do ímpeto da economia.
O fundo segue distribuindo R$0,92/cota, mas vale lembrar que esse resultado não é recorrente. Para manter esse patamar, o XPML11 está consumindo resultado acumulado. Em abril deste ano, o fundo possuía R$1,14/cota em estoque de resultados; no último mês, esse valor caiu para R$0,58/cota.
Caso a venda seja confirmada, o fundo poderá manter esse nível de distribuição por mais tempo, já que o lucro previsto com a transação equivale a R$4,90/cota.
O XPML11 ainda apresenta um curto prazo imprevisível — embora muito mais claro do que há duas semanas atrás. No longo prazo, continua sendo a opção de maior qualidade no setor de shoppings.

A Raízen teve forte valorização em suas ações após rumores sobre um possível aporte de capital que envolveria investidores como André Esteves, os controladores da Suzano e outros grandes grupos internacionais. Em comunicado à CVM, a companhia confirmou que avalia alternativas de capitalização e mantém conversas com potenciais interessados, mas destacou que ainda não há decisão ou acordo firmado. A especulação, publicada em 8 de setembro de 2025, impulsionou o papel com alta superior a 5% no pregão, refletindo o otimismo do mercado diante da possibilidade de reforço na estrutura de capital, embora ainda haja incertezas quanto ao desfecho das negociações.

A Kinea divulga um gráfico muito interessante que compara a relação risco versus retorno de todos os seus FIIs de papel. O KNSC11 se encontra exatamente no ponto médio do gráfico, refletindo sua estratégia com perfil de risco moderado.
O KNSC11 terminou o mês de agosto com 109% do patrimônio líquido alocado em ativos-alvo. Esse número só é possível devido ao uso de alavancagem.
O endividamento dos FIIs de CRI tem seu custo atrelado ao CDI, o que atualmente gera altas despesas. Como o KNSC11 também investe em CRIs atrelados ao CDI, o resultado da alavancagem se torna positivo. Em sua carteira, observamos uma alocação de 62,9% em CRIs IPCA+ e 45,9% em CRIs CDI+.
Por conta do formato de distribuição escolhido pela Kinea, o rendimento do fundo é instável. A gestora opta por contabilizar os resultados pelo regime de competência, o que normalmente impede a formação de reservas relevantes de resultados.
Por fim, a melhor notícia para os investidores do fundo é que a carteira de devedores continua saudável. No portfólio, temos vários FIIs como devedores, o que é um bom sinal, já que eles costumam ser excelentes pagadores.
O KNSC11 ajudou a financiar operações no TRXF11, VILG11, VINO11, TEPP11, HSLG11, VISC11, PMLL11, entre outros.

A Amazon reportou resultados sólidos no segundo trimestre de 2025, com receita de US$ 167,7 bilhões (+13 % YoY) e lucro líquido de US$ 18,2 bilhões, superando as expectativas do mercado. O destaque foi a forte recuperação no segmento internacional, cujo lucro operacional cresceu 448 %, enquanto a divisão de nuvem (AWS) manteve crescimento de 17,5 %, mas com margens pressionadas. Apesar dos bons números, as ações recuaram no aftermarket após a empresa divulgar projeções mais conservadoras para o próximo trimestre.

A Vulcabras anunciou que irá distribuir 300 milhões de reais em dividendos intermediários, o que corresponde a 1,10429 real por ação. O pagamento está marcado para 22 de setembro de 2025, tendo como data-base 8 de setembro e data ex em 9 de setembro. Além disso, a companhia confirmou dividendos intercalares no valor total de 101,9 milhões de reais, que serão pagos em três parcelas de 0,125 real por ação. Os pagamentos ocorrerão em 3 de novembro, 1º de dezembro e 29 de dezembro, com as respectivas datas de corte em 20 de outubro, 17 de novembro e 15 de dezembro. A medida reforça a política de remuneração ao acionista e evidencia a forte geração de caixa da empresa, devendo atrair maior interesse pelo papel no curto prazo, apesar do ajuste de preço esperado na data ex. A notícia foi publicada em 9 de setembro de 2025.

O XPLG11 paga R$0,82/cota desde janeiro de 2025. Isso equivale a 0,84% ao mês, considerando a cotação mais recente do fundo.
O total de rendimentos distribuídos pelo fundo em 2025 equivale a R$204,5 milhões, enquanto o resultado gerado no período foi de R$200,9 milhões. Portanto, o XPLG11 consumiu resultado acumulado para manter o atual patamar de renda.
Esse descasamento entre renda e resultado é comum nos fundos da XP. A ausência de um guidance de dividendos por parte da gestora dificulta a análise de seus FIIs.
O XPLG11 possui inadimplências a resolver, resultados não recorrentes a contabilizar e muitos reajustes de aluguel previstos para os últimos quatro meses de 2025. Esses fatores, somados, devem contribuir para a manutenção do rendimento por mais tempo.
O fundo é um ativo que precisa ser avaliado com maior frequência para que possamos atualizar nossas estimativas.

O iPhone 17 será lançado oficialmente hoje, 9 de setembro, durante o evento anual da Apple no Steve Jobs Theater, em Cupertino, Califórnia. A nova geração promete mudanças relevantes no design, melhorias no conjunto de câmeras e desempenho aprimorado, além da introdução do iPhone 17 Air, versão ultrafina que deve substituir o modelo
Plus e competir diretamente com o Galaxy S25 Edge, da Samsung. A apresentação também deve incluir atualizações em outros produtos, como Apple Watch e iPad Pro, reforçando o ecossistema de dispositivos da companhia. Se o lançamento for bem recebido, a Apple poderá registrar um aumento nas vendas e consolidar ainda mais a presença de seus produtos no mercado global. Isso também tende a impulsionar seus serviços integrados, como iCloud, Apple Music e Apple TV+, que se beneficiam do crescimento da base de usuários.

O VINO11 nasceu com uma proposta muito interessante: adquirir edifícios conhecidos como boutique offices.
Esse tipo de empreendimento vem ganhando destaque no mercado corporativo por sua arquitetura diferenciada e por atender demandas muito específicas de seus inquilinos.
Entretanto, houve uma aquisição por parte do VINO11 que o desviou completamente de sua proposta original. A sede da Rede Globo em São Paulo faz parte do portfólio do fundo e representa quase 50% de toda a ABL.
A aquisição precisou ser feita com uso de alavancagem, o que também elevou o risco do fundo. Dos R$462,8 milhões em dívidas do VINO11, R$359,6 milhões são decorrentes dessa operação.
Além disso, a Globo se tornou o inquilino mais representativo da carteira, contribuindo com mais de 40% da receita.
O último relatório do fundo mostra uma queda no número de cotistas. A operação com a Globo foi um divisor de águas na história do VINO11, pois aumentou significativamente os riscos de alavancagem e de concentração da receita.
O fundo segue sem recomendação do Simpla e com pouca perspectiva de melhoria.

O Boletim Focus desta semana trouxe notícias positivas.
Embora a expectativa de inflação para 2025 não tenha diminuído, as projeções para 2026, 2027 e 2028 apresentaram queda. Para 2026, o mercado estima um IPCA acumulado de 4,3%, portanto dentro do limite superior da meta.
Apesar dos dados animadores, outros indicadores reforçam a necessidade de cautela. Em 2026, com as eleições, espera-se uma deterioração ainda maior do cenário fiscal.
O Copom, em sua última reunião, avaliou que o atual patamar da taxa Selic já vem mostrando resultados na contenção da inflação. Entretanto, para uma melhoria mais significativa, é necessária:
“a harmonização das políticas fiscal e monetária.”
Enquanto o governo continuar gastando da forma como tem feito, a recuperação econômica do Brasil seguirá a passos muito lentos.

A BRBI BR Partners S.A. (BRBI11) anunciou, em 05 de setembro de 2025, o início da negociação de seu programa de American Depositary Receipt (ADR) Nível II na Nasdaq, a partir de 17 de setembro de 2025. Cada ADR será lastreado por 4 units listadas na B3 e o código de negociação será BRBI.
A companhia manterá sua listagem na B3 e passará a ser listada também no mercado norte-americano, com negociações em dólares e conformidade com as regras da Nasdaq. O programa de ADR Nível II não envolve oferta de ações, aumento de capital ou captação de recursos.

A PetroReconcavo (RECV3) reportou produção média de 26,4 mil boe/dia em agosto, queda de 1,6% frente a julho. No Ativo Potiguar, a produção caiu 2,1%, para 12,8 mil boe/dia, com impacto de um workover em poço de alta vazão que exigiu o desligamento temporário de outro poço. Já no Ativo Bahia, a produção recuou 1,1%, para 13,6 mil boe/dia, refletindo principalmente paradas em Tiê e na UTG Catu.
O petróleo respondeu por 15,6 mil bbl/dia (-1,9% vs. julho), enquanto o gás somou 10,8 mil boe/dia (-1%). Apesar das reduções, a companhia destacou a conclusão da campanha de perfuração de poços injetores em Tiê, que deve apoiar o processo de repressurização do reservatório e sustentar volumes futuros.

Ações
FIQE3: Devido sua valorização, optamos por reduzir a Unifique algumas posições no Ranking para refletir nossa margem de segurança atual.
RECV3: Alteramos algumas notas da empresa, refletindo suas perspectivas de maior distribuição de dividendos e menos de crescimento.
KLBN11: A Klabin se destaca no setor de papel e celulose pela resiliência das margens e pela diversificação em embalagens, que reduz a volatilidade frente a pares como a Suzano. Com a conclusão dos projetos Puma I e II, deve seguir em trajetória de desalavancagem e aumento de dividendos (yield próximo a 7% em 2025, podendo chegar a 10% em 2028). Apesar de não ser a maior “barganha”, o valuation ainda mostra desconto e a qualidade do negócio sustenta nossa recomendação de compra.
Fundos Imobiliários
KNRI11: Perdeu posições, pois seu preço está menos atrativo. A última semana foi marcada por uma forte alta na cotação do fundo.
VGIR11: Fizemos um pequeno ajuste na sua nota para refletir melhor os altos dividendos pagos pelo fundo. Lembrando que o VGIR11 tem forte relação com a Selic.
Ativos Globais
TSLA: A Tesla caiu uma posição no ranking após apresentar resultados fracos no último trimestre e registrar piora nos principais indicadores operacionais. A empresa permanece fora das nossas recomendações, já que o valuation segue elevado e sem margem de segurança.
EXR: A Microsoft ganhou posições no ranking de stocks após apresentar ótmos resultados no último trimestre, impulsionado por seu segmento de nuvem e IA. A companhia segue supreendendo o mercado apesar do seu relevante tamanho de mercado. Contudo, a companhia segue fora das nossas recomendações, já que seu atual nível de preço segue elevado e sem margem de segurança.
O ranking de REITs não sofreu alterações essa semana.

A Petrobras avalia retornar ao setor de biocombustíveis com a compra de uma produtora de etanol. A estatal confirmou que conduz estudos e análises para investir na cadeia de etanol, mas ainda não definiu se a matéria-prima será milho ou cana-de-açúcar. O movimento sinaliza diversificação e reforça a estratégia de ampliar presença em energias de transição.
Embora não haja decisão final, a entrada no segmento representaria um marco importante após anos fora do setor. O etanol de milho cresce como alternativa competitiva à cana, com investimentos bilionários em novos projetos, mas a Petrobras mantém abertas as possibilidades para escolher o modelo mais vantajoso.