No terceiro trimestre fiscal de 2025 (encerrado em junho), a Visa Inc. registrou receita líquida de US$10,2 bilhões, um aumento de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro líquido GAAP foi de US$5,3 bilhões, enquanto o lucro ajustado (non-GAAP) atingiu US$5,8 bilhões, crescimento de 23% a/a. O resultado foi sustentado pela expansão dos volumes de pagamentos (+8% a/a), pelo aumento de transações processadas (+10% a/a, totalizando 65,4 bilhões) e pelo avanço das transações internacionais, reflexo da recuperação do turismo e do comércio transfronteiriço. O desempenho também foi favorecido pela resiliência do consumo global, em especial nos mercados desenvolvidos.
As receitas de serviços cresceram 9% a/a, enquanto a linha de data processing aumentou 15%, acompanhando a expansão do número de transações digitais. Já as receitas de transações internacionais subiram 14%, beneficiadas por maior volume em viagens e e-commerce fora dos Estados Unidos. As despesas operacionais GAAP somaram aproximadamente US$4,0 bilhões, alta de 35% a/a, influenciada por provisões legais e despesas com aquisições; em base ajustada, as despesas cresceram 13%.
O retorno ao acionista manteve-se elevado, com recompra de 14 milhões de ações (US$4,8 bilhões) e dividendo trimestral de US$0,59 por ação. Ao final do trimestre, a Visa possuía cerca de US$20,4 bilhões em caixa e equivalentes, preservando sólida posição de liquidez.
A empresa continua a concentrar esforços em iniciativas de digitalização e segurança de pagamentos, incluindo tokenização, expansão de pagamentos em tempo real e integração de soluções baseadas em blockchain e stablecoins, buscando adaptar sua infraestrutura às novas tecnologias de liquidação financeira.
Apesar do ambiente favorável de consumo, a Visa mantém postura cautelosa para os próximos trimestres, citando riscos relacionados à competição crescente de fintechs, litígios regulatórios e possíveis efeitos macroeconômicos sobre o volume global de transações. De modo geral, o trimestre indicou crescimento consistente em receitas e volumes, apoiado na diversificação geográfica e na ampla rede de aceitação da companhia, mas com maior pressão sobre custos operacionais e atenção ao ambiente regulatório internacional.
Conclusão do analista
Em resumo, a empresa possui fundamentos muito sólidos e um balanço muito forte. Apesar de ser negociada com múltiplos esticados devido às expectativas de crescimento e por possuir margens elevadas, a empresa ainda apresenta uma margem de segurança. O investidor deve estar ciente de que empresas com múltiplos mais elevados, como é o caso da Visa, podem apresentar riscos maiores e maior volatilidade nas cotações, por esse motivo é importante diversificar o portfólio. Desta forma, consideradas todas as qualidades e os riscos apontados até aqui, temos a recomendação de compra das ações da Visa (VISA34).