No terceiro trimestre fiscal de 2025, encerrado em 29 de junho, a Starbucks reportou receita líquida de US$ 9,5 bilhões, alta de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior, superando as expectativas do mercado.
Apesar do avanço na receita, o lucro líquido recuou 47%, para US$ 558 milhões, refletindo pressões operacionais e o sexto trimestre consecutivo de queda nas vendas em mesmas lojas. A China foi o destaque positivo, registrando crescimento tanto em vendas totais quanto no desempenho \_same-store sales\_.
Em linha com a revisão de sua estratégia de expansão, a companhia anunciou que descontinuará, até o final do ano fiscal de 2026, todas as 96 unidades no formato \_Pick Up-only\_ — voltadas exclusivamente para pedidos via aplicativo.
Essas lojas serão convertidas em cafés tradicionais, em um projeto que prevê investimento médio de US$ 150 mil por unidade. A empresa também vem testando novos formatos de atendimento, com maior foco na experiência do cliente, incluindo ambientes mais acolhedores, assentos adicionais e protótipos com \_drive-through\_.
Nos Estados Unidos, a Starbucks lançou a iniciativa \_Back to Starbucks\_, com medidas voltadas à recuperação do tráfego nas lojas físicas. Entre as ações destacam-se o modelo de atendimento \_Green Apron Service\_, a simplificação do cardápio, a ampliação da jornada de funcionários e o lançamento de novos produtos, como o \_Protein Cold Foam\_, bebidas à base de água de coco e itens de confeitaria reformulados.
Em contrapartida, a empresa segue ajustando sua rede de lojas em mercados estratégicos. Em São Francisco, foi registrada a sexta unidade encerrada nos últimos nove meses, devido ao término de contrato de aluguel, com realocação dos funcionários.
No mercado internacional, a Starbucks Coreia implementou uma política inédita para conter o uso excessivo de suas lojas como escritórios improvisados (\_cagongjok\_), proibindo a entrada de equipamentos volumosos, como monitores e impressoras, com o objetivo de preservar o conforto dos demais clientes.
Conclusão do analista
Embora a Starbucks enfrente desafios significativos, seu modelo de negócios permanece interessante, oferecendo diferenciais competitivos relevantes que sustentam o desempenho da companhia no longo prazo. Com base no valuation calculado, o preço atual das ações reflete uma margem de segurança para investidores, desde que haja um acompanhamento atento das iniciativas da empresa para enfrentar esses obstáculos. Desta forma, temos a recomendação de compra das ações da Starbucks (SBUX).