No segundo trimestre de 2025, encerrado em meados de junho, a PepsiCo apresentou resiliência operacional e estratégica. A receita líquida aumentou cerca de 1%, atingindo aproximadamente US$22,73 bilhões, superando as expectativas do mercado.
A empresa registrou EPS ajustado (core) de US$2,12, acima das projeções, apesar da queda de 59% no EPS GAAP — reflexo de impactos como câmbio adverso e provisões por impairment.
A receita orgânica cresceu 2,1%, impulsionada por ajustes de preço e mix positivos, ainda que volumes tenham recuado ligeiramente. Segundo a companhia, o desempenho foi reforçado pela capilaridade internacional e pela melhora na execução nos mercados norte-americanos.
O desempenho internacional se destacou como motor de crescimento, sobretudo nos mercados da Europa, Oriente Médio e África — com alta orgânica de até 7% — e na América Latina, mesmo em contextos macroeconômicos desafiadores.
Essa recuperação foi sustentada por estratégias regionais de precificação e inovação de portfólio. No mercado norte-americano, o faturamento de bebidas cresceu 1%, sinalizando continuidade na reversão das quedas observadas em trimestres anteriores.
Em termos de projeções, a PepsiCo revisou sua expectativa de queda do lucro por ação (\_core EPS\_) para -1,5% em 2025, ante estimativa anterior de -3%, beneficiando-se da redução das pressões cambiais — com a desvalorização do dólar atenuando o impacto de custos e tarifas. A empresa manteve a previsão de crescimento orgânico de receita em patamar de dígito baixo, apoiada por inovação e otimização de custos.
Na vertical de consumo fora do lar (away-from-home), especialmente em restaurantes, a receita cresceu em ritmo de dígito alto, impulsionada pela ampliação da parceria com a rede Subway. De acordo com a liderança da companhia, esse canal oferece “momento incremental expressivo” e amplia as ocasiões de consumo dos produtos.
No Reino Unido, a PepsiCo deu início a um plano de reestruturação industrial que pode impactar até 560 postos de trabalho em unidades de snacks, incluindo a fábrica da Walkers em Leicester. O objetivo é alinhar a operação local a padrões internacionais, elevando eficiência e capacidade produtiva.
Conclusão do analista
A PepsiCo é uma das maiores empresas de alimentos e bebidas do mundo, com presença global, mas ainda mais forte nos Estados Unidos. Embora suas vendas se mantenham estáveis, a empresa busca maneiras de aumentar sua eficiência operacional. A companhia possui bons fundamentos e saúde financeira equilibrada, no entanto, é importante acompanhar de perto a gestão de sua dívida. Após uma avaliação cuidadosa, decidimos não investir em suas ações no momento, uma vez que o valuation está fora da margem de segurança aceitável.