No quarto trimestre fiscal de 2025, encerrado em 31 de maio, a Oracle Corporation reportou um desempenho sólido, impulsionado pela forte demanda por suas soluções de nuvem, especialmente em infraestrutura como serviço (IaaS) e aplicativos corporativos baseados em inteligência artificial.
A receita total do trimestre alcançou US$15,9 bilhões, representando um crescimento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior, tanto em dólares quanto em moeda constante. O principal motor desse avanço foi o segmento de serviços em nuvem e suporte a licenças, que totalizou US$11,7 bilhões, alta de 14% ano contra ano.
Outro destaque foi o desempenho da divisão de licenças de software (nuvem e on-premise), que cresceu 9% em dólares, somando US$2,0 bilhões, refletindo uma demanda estável por soluções corporativas de missão crítica. No total, a receita combinada de nuvem e licenças alcançou US$13,7 bilhões, com expansão de 13%.
A lucratividade também avançou no trimestre. O lucro operacional (GAAP) atingiu US$5,1 bilhões, enquanto o lucro operacional ajustado (non-GAAP) somou US$7,0 bilhões, um crescimento de 5% em dólares. O lucro líquido (GAAP) foi de US$3,4 bilhões, ao passo que o lucro ajustado atingiu US$4,9 bilhões, com lucro por ação (EPS) de US$1,19 (GAAP) e US$1,70 (non-GAAP).
Do ponto de vista operacional, o maior destaque foi a Oracle Cloud Infrastructure (OCI), cuja receita cresceu 52%, atingindo US$3 bilhões. Esse forte desempenho foi impulsionado por uma crescente adoção de workloads de inteligência artificial, dados e aplicações críticas por parte de grandes empresas e entidades públicas. A empresa ainda acumulou US$138 bilhões em remaining performance obligations (RPO), evidenciando a robusta demanda contratada para os próximos trimestres.
A Oracle também projeta uma aceleração expressiva no crescimento de sua divisão de nuvem para o ano fiscal de 2026, estimando que as receitas combinadas de aplicativos e infraestrutura em nuvem representem mais de 40% do total, ante os atuais 24%. A expectativa é que a divisão de infraestrutura, isoladamente, cresça mais de 70% ao ano, refletindo os investimentos contínuos em data centers e expansão da capacidade global.
Conclusão do analista
A Oracle mantém uma posição consolidada no setor de tecnologia corporativa, com forte presença em banco de dados, aplicações empresariais e soluções de nuvem, destacando-se pela transição estratégica para um modelo de receita recorrente com a Oracle Cloud Infrastructure e suas plataformas SaaS. A empresa combina margens operacionais robustas e geração consistente de caixa com políticas ativas de retorno ao acionista, ainda que opere com um nível de endividamento elevado, acentuado por aquisições como a da Cerner. Apesar dos desafios ligados à concorrência em cloud, à execução de integrações e ao declínio de segmentos legados, os fundamentos e o valuation indicam assimetria positiva no preço atual das ações, sustentando uma recomendação de compra para Oracle (ORCL).