A Microsoft apresentou resultados robustos no segundo trimestre de seu ano fiscal de 2025, encerrado em 31 de dezembro de 2024. A receita total do período foi de US$69,6 bilhões, crescimento de 12% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, impulsionada principalmente pelo forte desempenho da divisão de nuvem. O lucro operacional atingiu US$31,7 bilhões, alta de 17% em relação ao 2T de 2024, refletindo ganho de eficiência e expansão das margens em serviços de alto valor agregado.
O lucro líquido reportado foi de US$24,1 bilhões, representando uma expansão de 10% na comparação anual. O lucro por ação diluído chegou a US$3,23, também com crescimento de 10%. As margens operacionais permaneceram sólidas, apesar do aumento de despesas com infraestrutura e desenvolvimento de soluções em inteligência artificial (IA).
Entre os segmentos operacionais, o destaque foi novamente o Intelligent Cloud, cuja receita atingiu US$25,5 bilhões, com crescimento anual de 19%. O Azure, principal motor de crescimento da divisão, avançou 31% no trimestre, sendo que 13 pontos percentuais desse avanço foram atribuídos ao forte desempenho de serviços baseados em IA, cuja receita cresceu 157% na comparação anual.
A unidade de Productivity and Business Processes também teve um bom desempenho, com receita de US$29,4 bilhões, alta de 14% em relação ao 2T de 2024. Produtos como Office 365, Dynamics e LinkedIn sustentaram esse crescimento, evidenciando a resiliência da demanda corporativa por ferramentas de produtividade.
Por outro lado, o segmento More Personal Computing apresentou receita estável em US$14,7 bilhões. O desempenho misto refletiu uma recuperação modesta em Windows OEM e dispositivos (+3% a +4%), ao passo que a divisão de _games_ registrou retração de 7%, impactada por uma queda de 29% nas vendas de _hardware_ Xbox. O crescimento de 2% em serviços e conteúdo, puxado pelo Game Pass, não foi suficiente para compensar esse movimento. A receita com publicidade e buscas, excluindo TAC, avançou 21%, demonstrando melhora na monetização de sua plataforma Bing e da rede de parceiros.
A companhia reportou lucro bruto de US$47,8 bilhões no trimestre, crescimento de 13%, e um aumento de 5% nas despesas operacionais, com destaque para investimentos em engenharia e infraestrutura de IA. A Microsoft também retornou US$9,7 bilhões aos acionistas por meio de dividendos e recompras de ações, mantendo sua política de remuneração consistente.
Do ponto de vista estratégico, a empresa continua acelerando sua presença em soluções de IA generativa e computação em nuvem. Satya Nadella destacou que os serviços de IA atingiram uma taxa anualizada de receita de US$13 bilhões — alta de 175% em relação ao ano anterior. O Microsoft Cloud, por sua vez, superou a marca de US$40 bilhões em receita trimestral, consolidando-se como um dos principais vetores de crescimento da companhia.
Apesar do bom desempenho, alguns pontos de atenção permanecem. O segmento de _hardware_, especialmente o Xbox, segue pressionado, e os investimentos intensivos em _data centers_ e infraestrutura de IA podem pressionar margens nos próximos trimestres. Além disso, o ambiente regulatório, especialmente em mercados como Europa e Estados Unidos, exige atenção quanto a possíveis restrições sobre práticas de mercado, fusões e uso de dados.
Em síntese, os resultados do 2T de 2025 reforçam a capacidade da Microsoft de sustentar crescimento em áreas estratégicas, como nuvem e IA, ao mesmo tempo em que mantém rentabilidade e geração de caixa elevadas.
Conclusão do analista
A Microsoft é uma empresa diversificada, com receitas bem distribuida entre os segmentos, o que traz maior segurança ao investidor. Além disso, possui grandes diferenciais competitivos. No entanto, o preço das ações está acima da margem de segurança que consideramos ideal, portanto, não recomendamos a compra das ações da Microsoft no momento.