A Meta Platforms reportou um desempenho robusto no segundo trimestre fiscal de 2025, refletindo não apenas a recuperação da demanda por publicidade digital, mas também o avanço consistente de sua estratégia centrada em inteligência artificial.
A receita consolidada somou US$47,52 bilhões no período, crescimento de 22% em relação ao mesmo trimestre de 2024. O lucro líquido atingiu US$18,34 bilhões, com lucro por ação diluído (EPS) de US$7,14, alta de 38% ano contra ano, sustentada pelo ganho de escala e maior eficiência operacional.
A margem operacional atingiu 43%, ante 38% no 2T24, demonstrando evolução no controle de despesas, mesmo com o aumento dos investimentos em inovação e infraestrutura tecnológica.
O fluxo de caixa livre alcançou US$8,55 bilhões no trimestre, enquanto a geração de caixa operacional somou US$25,56 bilhões, reforçando a capacidade da companhia de financiar seus projetos de longo prazo com recursos próprios.
Na frente operacional, a base de usuários manteve crescimento. A família de aplicativos da Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger) alcançou 3,48 bilhões de usuários ativos diários, aumento de 6% na comparação anual.
As impressões de anúncios cresceram 11%, enquanto o preço médio por anúncio avançou 9%, evidenciando uma monetização eficiente da base de usuários e um ambiente publicitário mais favorável.
A companhia revisou para cima seu guidance de receita para o terceiro trimestre de 2025, agora estimado entre US$47,5 bilhões e US$50,5 bilhões. Paralelamente, também aumentou sua projeção de investimentos de capital (CapEx) para o ano, passando de US$64 bilhões para um intervalo entre US$66 bilhões e US$72 bilhões.
Esses aportes visam fortalecer a infraestrutura de data centers e acelerar a capacidade computacional necessária para o treinamento e inferência de modelos de IA em larga escala.
Um dos marcos estratégicos do trimestre foi o anúncio da criação de um \_Superintelligence Lab\_, com a missão de desenvolver uma “superinteligência pessoal” baseada em IA generativa.
A unidade será liderada por talentos oriundos de empresas como Scale AI e focará no desenvolvimento de assistentes inteligentes e modelos de linguagem avançados. Já o app Meta AI e o ecossistema de IA integrados aos produtos da companhia continuam a se expandir, tanto em funcionalidades quanto em base de usuários.
No segmento de realidade aumentada e virtual, a divisão Reality Labs reportou prejuízo operacional de US$4,53 bilhões, reflexo do alto nível de investimento em tecnologias imersivas, como os óculos inteligentes Ray-Ban Meta e futuros dispositivos de computação espacial.
Apesar dos resultados negativos nesta frente, a Meta reafirmou seu compromisso com a visão de longo prazo para o metaverso, mesmo com maior foco no curto prazo nas iniciativas ligadas à IA.
Com desempenho acima das expectativas e sinalização clara de continuidade nos investimentos estratégicos, a Meta encerra o trimestre reforçando sua posição entre as líderes globais em tecnologia, com sólidos fundamentos financeiros, crescimento operacional consistente e uma proposta de valor voltada à integração entre conectividade, conteúdo e inteligência artificial.
Conclusão do analista
O Grupo Meta tem uma estrutura financeira sólida, com crescimento elevado nas receitas desde o IPO em 2012. No entanto, 97,5% das receitas vêm de anúncios, o que traz concentração e pode ser um risco para o investidor, além disos, novas plataformas e mudanças de comportamento dos usuários podem afetar sua principal fonte de receitas. Apesar disso, as ações da Meta têm múltiplos de preço com desconto em comparação aos pares, portanto, temos a recomendação de compra para as ações da empresa.