O JPMorgan Chase & Co. reportou um sólido desempenho no segundo trimestre de 2025, evidenciando sua resiliência operacional em meio a um cenário macroeconômico desafiador. O lucro líquido foi de US$15 bilhões no trimestre, ou US$5,24 por ação diluída sob o padrão contábil GAAP.
Excluindo efeitos não recorrentes, como um benefício fiscal de US$774 milhões, o lucro ajustado foi de US$14,2 bilhões, com lucro por ação ajustado de US$4,96, superando as estimativas de mercado.
A receita totalizou US$44,9 bilhões, uma leve queda em relação ao segundo trimestre de 2024, quando a companhia havia registrado US$50,2 bilhões — impulsionada por efeitos pontuais. Ainda assim, o banco entregou receitas acima das expectativas dos analistas, apoiado principalmente pelo forte desempenho de suas áreas de mercados e banco de investimento.
A divisão de mercados gerou US$8,9 bilhões em receita, alta de 15%, com destaque para as operações de renda fixa e ações. O banco de investimento também apresentou avanço de 7%, alcançando US$2,5 bilhões, refletindo maior atividade em fusões e aquisições e operações de dívida.
O lucro do segmento de banco corporativo e de investimentos foi de US$6,7 bilhões, crescimento de 13% na comparação anual, com receitas totais de US$19,5 bilhões.
Já a área de gestão de ativos e patrimônio (Asset & Wealth Management) reportou lucro líquido de US$1,5 bilhão, com receitas de US$5,8 bilhões. Os ativos sob gestão (AUM) chegaram a US$4,3 trilhões, enquanto os ativos sob custódia ultrapassaram US$6,4 trilhões.
O banco registrou um crescimento de 2% em sua receita líquida de juros (NII), que atingiu US$23,3 bilhões, ficando levemente abaixo das expectativas.
No entanto, a instituição revisou para cima sua projeção anual de NII, agora estimada em US$95,5 bilhões para o exercício de 2025. Essa revisão demonstra confiança na capacidade do banco de manter margens favoráveis mesmo em um ambiente de normalização monetária.
As despesas operacionais ficaram em US$23,8 bilhões, e o índice de eficiência operacional ajustado (overhead ratio) foi de 52%. A estrutura de capital segue robusta, com índice de capital CET1 de 15,0% sob abordagem padronizada, e uma base de liquidez de alta qualidade (HQLA) de US$274 bilhões. O índice de cobertura de liquidez (LCR) foi de 113% para a holding e 120% para o banco.
Em termos de retorno ao acionista, o JPMorgan distribuiu US$3,9 bilhões em dividendos e recomprou US$7,1 bilhões em ações no trimestre, mantendo um payout de 71% nos últimos 12 meses. Após a aprovação nos testes de estresse conduzidos pelo Federal Reserve, a instituição foi autorizada a ampliar ainda mais sua política de retorno de capital, refletindo sua solidez financeira.
O CEO Jamie Dimon destacou a resiliência da economia dos Estados Unidos como fator de sustentação dos resultados, mas alertou para riscos estruturais como déficits fiscais elevados, tensões geopolíticas e a possibilidade de novas intervenções tarifárias.
Apesar disso, o banco se mantém bem posicionado para enfrentar cenários adversos, com ampla liquidez, forte capitalização e capacidade comprovada de geração de lucros em diversas frentes de negócio.
Conclusão do analista
O JPMorgan Chase é um banco com receitas diversificadas e fundamentos resilientes que oferece uma ampla gama de serviços financeiros aos seus clientes, principalmente após fusões estratégicas. Embora possua uma carteira de crédito de alta qualidade e diversificada, a sua eficiência é afetada pelos juros mais baixos praticados nos Estados Unidos em comparação com bancos brasileiros, mas seus outros serviços financeiros compensam essa diferença. Para investidores com tolerância aos riscos, recomendamos a compra da ação JPMC34.