A Johnson & Johnson apresentou um trimestre sólido no 3T25, com resultados superiores às expectativas do mercado e sinalizações estratégicas relevantes. A companhia reportou **receita líquida de US$ 24,0 bi**, crescimento de 6,8 % em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo desempenho positivo nas duas principais divisões operacionais: farmacêutica (_Innovative Medicine_) e tecnologia médica (_MedTech_). Em termos operacionais ajustados, o avanço foi de 4,4 % na comparação anual.
O lucro por ação (GAAP) foi de **US$ 2,12**, mais que o dobro dos US$ 1,11 registrados no 3T24, resultado influenciado por menor impacto de itens extraordinários. Já o lucro por ação ajustado alcançou **US$ 2,80**, superando as estimativas de consenso e reforçando a consistência do modelo de negócios da companhia. Com base nos resultados acumulados, a empresa revisou para cima sua projeção anual de receita, agora na faixa de **US$ 93,5–93,9 bi**.
No segmento farmacêutico, que responde por aproximadamente 55 % das receitas, os destaques foram as vendas robustas de medicamentos oncológicos como **Darzalex**, além de produtos das áreas de imunologia e neurociência. A divisão _MedTech_ também teve crescimento sólido, com expansão em dispositivos cirúrgicos, soluções cardiovasculares e ortopedia — esta última sendo foco de um anúncio estratégico importante no trimestre.
A companhia revelou planos de separar sua divisão de ortopedia, atualmente operada sob a marca **DePuy Synthes**, por meio de um spin-off. A nova empresa será uma entidade independente, com previsão de conclusão da cisão entre 18 a 24 meses. A unidade representa cerca de US$ 9 bi em receita anual, o que corresponde a aproximadamente 10 % do faturamento consolidado. O movimento visa permitir maior foco operacional, agilidade estratégica e liberação de valor para acionistas.
Do ponto de vista financeiro, a J&J demonstrou forte controle de custos e manutenção de margens operacionais saudáveis. A diversificação geográfica e de portfólio segue como um pilar importante de resiliência, atenuando riscos regulatórios e competitivos em mercados específicos. A alocação de capital continua equilibrada entre investimentos em P&D, aquisições seletivas e retornos ao acionista.
Entretanto, alguns desafios permanecem. A execução do spin-off da unidade de ortopedia carrega riscos operacionais e financeiros, podendo gerar volatilidade no curto prazo. Além disso, a concorrência acirrada em farmacêuticos genéricos e biotecnologia, aliada à pressão por controle de preços em mercados desenvolvidos, exige atenção contínua à inovação e pipeline.
A perspectiva para os próximos trimestres é de continuidade na geração de valor com foco em medicamentos inovadores e expansão de tecnologias médicas com maior margem. A condução eficiente da cisão e o desempenho dos produtos em desenvolvimento serão fatores-chave para sustentar o crescimento orgânico e preservar a rentabilidade.
Em síntese, a Johnson & Johnson entregou resultados operacionais e financeiros robustos no 3T25, ao mesmo tempo em que anunciou uma mudança estratégica relevante. O cenário estrutural permanece favorável, mas com necessidade de execução cuidadosa nos movimentos de reestruturação.
Conclusão do analista
A Johnson & Johnson possui marca sólida com mais de um século de história, excelentes diferenciais competitivos, detentora de diversas marcas famosas e liderança na área de saúde. A companhia tem uma ótima diversificação de fontes de receitas e um histórico robusto de crescimento de dividendos. Entretanto, é importante considerar os riscos, mas a empresa é uma ótima opção para investidores de longo prazo, portanto, temos a recomendação de compra das ações da empresa.