No primeiro trimestre de 2025, a companhia apresentou receita líquida de US$39,86 bilhões, avanço de 9,4 % em relação ao mesmo período de 2024, quando reportou US$36,42 bilhões. Apesar da expansão na linha de receita, o lucro líquido sofreu recuo, totalizando US$3,4 bilhões, ante US$3,6 bilhões no 1T24. O lucro por ação (EPS) ajustado foi de US$3,56, queda em relação aos US$3,67 registrados no ano anterior.
Para o segundo trimestre, as estimativas de mercado apontam receita projetada de US$45,4 bilhões, o que representa crescimento de aproximadamente 5 % na comparação anual, enquanto o EPS estimado gira em torno de US$4,70, levemente superior ao valor ajustado de US$4,67 obtido no 2T24. Esse movimento sugere uma retomada da rentabilidade por ação, embora ainda limitada por pressões de custo e margens.
No campo estratégico, a Home Depot anunciou, em junho, a aquisição da GMS, distribuidora de produtos de construção, por US$4,3 bilhões (ou US$5,5 bilhões, incluindo dívidas), em operação conduzida via oferta pública em dinheiro, ao preço de US$110 por ação — representando um prêmio de aproximadamente 36 % sobre a cotação anterior ao anúncio.
A GMS será integrada à SRS Distribution, subsidiária da Home Depot voltada ao segmento profissional (\_Pro\_), ampliando significativamente a presença da companhia nesse canal. A fusão criará uma rede com mais de 1.200 unidades e uma frota operacional superior a 8.000 caminhões, elevando a capacidade logística e de atendimento ao mercado B2B.
Ainda no pilar de expansão física, a empresa confirmou o desenvolvimento de duas novas unidades no estado do Texas. A primeira, um investimento de US$17 milhões, está localizada entre Conroe e The Woodlands, com 135.672 sq ft e entrega prevista para outubro de 2026.
A segunda, em Schertz (região metropolitana de San Antonio), envolve aporte de US$13 milhões para construção de estrutura com mais de 107.000 sq ft, com início programado para outubro de 2025 e conclusão em agosto de 2026. Essas inaugurações fazem parte da estratégia de reforço da presença física em mercados em crescimento populacional e imobiliário.
No campo de riscos regulatórios, a empresa passou a responder, desde agosto de 2025, a uma ação coletiva movida no estado de Illinois. O processo alega que a Home Depot utilizou tecnologia de reconhecimento facial em quiosques de autoatendimento sem o devido consentimento dos consumidores, em potencial violação à Biometric Information Privacy Act (BIPA).
O autor da ação pleiteia indenizações de US$1.000 por violação negligente e US$5.000 por violação intencional, podendo abrir precedentes para outras ações similares, o que representa risco jurídico e reputacional relevante.
Em linha com sua estratégia de engajamento com consumidores, a empresa lançou sua nova coleção temática de Halloween, com início das vendas online em 4 de agosto de 2025. A coleção inclui o retorno do \_best-seller\_ “Skelly”, além de uma nova versão tecnológica batizada de “Ultra Skelly”, com conectividade via aplicativo, luzes customizáveis e reprodução de áudio via Bluetooth.
Complementam o portfólio novos itens animatrônicos de grande porte, como o espantalho de 15 pés, dragões, trolls e personagens licenciados da Universal Studios, ampliando o apelo comercial da linha sazonal e reforçando a capacidade de atrair tráfego qualificado para as lojas e e-commerce da marca.
Conclusão do analista
A Home Depot é líder em seu setor de atuação, o varejo de materiais de construção, com canais de vendas físicos e digitais fortes e treinamentos específicos para seus produtos. A empresa tem apresentado crescimento financeiro, com aumento de receitas, ticket médio por metro quadrado em suas lojas e lucros. Apesar de possuir um ótimo modelo de negócios, o valor de mercado da empresa está acima da margem de segurança desejada, portanto, optamos por ficar de fora das ações da empresa no momento.