No segundo trimestre de 2025, a ExxonMobil Corporation apresentou desempenho operacional consistente, embora com retração nos resultados financeiros devido ao cenário de preços mais baixos do petróleo e margens de refino comprimidas. A companhia reportou lucro líquido de US$7,1 bilhões (US$1,64 por ação), inferior aos US$7,9 bilhões registrados no trimestre anterior e aos US$7,9 bilhões do 2T24.
A receita total ficou em torno de US$88 bilhões, impactada pela desvalorização média do Brent e pela redução nos spreads de derivados. O fluxo de caixa das operações atingiu US$11,5 bilhões, com US$5,4 bilhões de fluxo de caixa livre após investimentos de capital de US$6,3 bilhões. A ExxonMobil manteve uma política ativa de remuneração ao acionista, com US$9,2 bilhões retornados no trimestre, sendo US$4,3 bilhões em dividendos e US$5 bilhões em recompra de ações.
No plano operacional, a ExxonMobil registrou produção total de 3,8 milhões de barris equivalentes de petróleo por dia (boe/d), o maior volume para um segundo trimestre desde a fusão com a Mobil em 1999. O crescimento foi impulsionado por ganhos de produtividade no Permian Basin, onde a produção ultrapassou 900 mil boe/d, e pela expansão do bloco Stabroek, na Guiana, que continua sendo um dos principais vetores de crescimento da empresa.
A divisão de Product Solutions — que abrange refino e petroquímicos — apresentou recuperação gradual, beneficiada pelo aumento da demanda por produtos industriais e combustíveis com menor teor de carbono. Projetos estratégicos, como o Singapore Resid Upgrade Project, o Fawley Hydrofiner (Reino Unido) e a planta de diesel renovável Strathcona (Canadá), iniciaram operação durante o trimestre, reforçando o posicionamento da ExxonMobil em soluções de energia de menor intensidade de carbono.
A companhia reiterou seu compromisso com disciplina de capital e eficiência de custos, mantendo investimentos focados em ativos de alta rentabilidade e projetos de transição energética. O total investido em 2025 até junho somou US$12,3 bilhões, dentro do intervalo previsto para o ano. A administração também destacou avanços em seu programa de redução de custos estruturais, que deve gerar US$3 bilhões adicionais em ganhos operacionais até 2026, caso as condições de mercado se mantenham estáveis.
Apesar do ambiente de preços menos favorável e da pressão sobre margens, o trimestre demonstrou resiliência operacional, geração sólida de caixa e execução consistente do plano estratégico, com a ExxonMobil mantendo posição de liderança entre as majors globais em eficiência, retorno sobre capital e sustentabilidade financeira.
Conclusão do analista
A ExxonMobil é uma das maiores empresas do setor de petróleo e gás do mundo, com presença em diversos países. Apesar da volatilidade do mercado e da queda dos preços do petróleo nos últimos anos, a empresa apresenta uma boa saúde financeira, com receitas e lucros consistentes e baixa alavancagem. No entanto, a transição para fontes de energia renovável e a pressão ambiental podem impactar seu desempenho a longo prazo, além disso, o seu valuation não apresenta uma margem de segurança interessante ao investidor. Portanto, ficamos de fora das ações da ExxonMobil no momento.