No terceiro trimestre de 2025, a Exxon Mobil reportou um lucro líquido de US$ 7,548 bilhões segundo os princípios contábeis GAAP, equivalentes a US$ 1,76 por ação diluída. Quando ajustado por itens extraordinários, o lucro _non-GAAP_ foi de US$ 8,058 bilhões, ou US$ 1,88 por ação. Em comparação ao mesmo período de 2024, os resultados apresentaram uma retração, especialmente no acumulado do ano, que somou US$ 22,343 bilhões de lucro líquido até setembro de 2025, contra US$ 26,070 bilhões no mesmo intervalo do ano anterior — uma queda de aproximadamente 14%.
A **redução no lucro está associada a três fatores principais**: primeiro, a comparação com um ano anterior forte, impulsionado por preços mais elevados de petróleo e gás natural; segundo, margens comprimidas nos segmentos de refino e petroquímica, que continuam operando em níveis cíclicos baixos; e terceiro, a diluição do mix de ativos com a conclusão de desinvestimentos estratégicos em ativos não centrais.
Apesar disso, a geração de caixa operacional no trimestre manteve-se robusta, totalizando US$ 14,8 bilhões, enquanto o fluxo de caixa livre — após investimentos — foi de US$ 6,3 bilhões. O capital investido totalizou US$ 8,6 bilhões no período, incluindo US$ 2,4 bilhões em aquisições no segmento de exploração e produção. A companhia reiterou sua expectativa de encerrar o ano com investimentos totais entre US$ 27 e US$ 29 bilhões, alinhada ao _guidance_ anual previamente divulgado. A posição de caixa era de US$ 13,9 bilhões ao final do trimestre, com alavancagem líquida controlada.
No que diz respeito às operações, a produção consolidada da Exxon Mobil **alcançou 4,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia** (boe/d), refletindo um crescimento em relação ao segundo trimestre de 2025. Esse desempenho foi puxado principalmente pelos ativos em desenvolvimento na **Guiana** e no **Permian Basin**, ambos considerados prioritários dentro da carteira da companhia.
Na Guiana, a produção superou os 700 mil barris por dia no trimestre, consolidando a região como uma das principais áreas de crescimento do portfólio global da Exxon. Já no Permian Basin, a produção atingiu um novo recorde interno de aproximadamente 1,7 milhão de boe/d, beneficiada por técnicas de recuperação avançada e pelo _ramp-up_ de novos poços.
A companhia informou que oito dos dez projetos estratégicos previstos para 2025 já foram iniciados, com os dois restantes seguindo conforme o cronograma original. O capital alocado a esses projetos, segundo a administração, está concentrado em ativos considerados com retorno superior à média da indústria.
A Exxon também destacou investimentos em novas tecnologias de fraturamento hidráulico no Permian, como o uso de materiais de baixa densidade (_lightweight proppant_), que visam aumentar a eficiência de extração em até 20%. No mesmo sentido, foi anunciada uma reorganização estrutural a ser implementada em 2026, com a criação da ExxonMobil Global Operations, que unificará as operações de _Upstream_, Produtos e Soluções de Baixo Carbono. Essa reorganização tem como objetivo a simplificação da estrutura e o ganho de eficiência operacional.
Na dimensão financeira, a política de retorno ao acionista foi mantida com distribuição de US$ 4,2 bilhões em dividendos e recompra de ações no valor de US$ 5,1 bilhões, totalizando US$ 9,4 bilhões no trimestre. A administração também aprovou o aumento do dividendo trimestral para US$ 1,03 por ação, o que representa um crescimento de aproximadamente 4%.
Conclusão do analista
A ExxonMobil é uma das maiores empresas do setor de petróleo e gás do mundo, com presença em diversos países. Apesar da volatilidade do mercado e da queda dos preços do petróleo nos últimos anos, a empresa apresenta uma boa saúde financeira, com receitas e lucros consistentes e baixa alavancagem. No entanto, a transição para fontes de energia renovável e a pressão ambiental podem impactar seu desempenho a longo prazo, além disso, o seu valuation não apresenta uma margem de segurança interessante ao investidor. Portanto, ficamos de fora das ações da ExxonMobil no momento.