A Costco Wholesale Corporation divulgou em 25 de setembro seus resultados referentes ao quarto trimestre fiscal de 2025, encerrado em 31 de agosto, apresentando expansão nas principais linhas operacionais e financeiras. A empresa reportou vendas líquidas de US$84,432 bilhões no trimestre, um avanço de 8,0 % em relação aos US$78,185 bilhões do mesmo período do ano anterior. A receita total, que inclui taxas de associação, alcançou US$86,156 bilhões, alta anual de 8,1 %.
O crescimento das _same-store sales_ foi de 5,7 % no trimestre, ou 6,4 % ajustado pelos efeitos de flutuação cambial e preços de combustíveis. Destaque para o desempenho nas operações dos Estados Unidos, que avançaram 5,5 % (ajustado: +5,8 %), e do e‑commerce, que registrou expansão de 13,6 %. A performance positiva no canal digital reflete a continuidade dos investimentos em tecnologia e logística para reforçar a estratégia _omnichannel_.
No consolidado do ano fiscal de 2025, a Costco apurou vendas líquidas de US$269,912 bilhões, crescimento de 8,1 % frente aos US$249,625 bilhões do ano anterior. A receita total no ano foi de US$275,235 bilhões. O lucro líquido atingiu US$8,099 bilhões, ou US$18,21 por ação diluída, resultado superior aos US$7,367 bilhões (US$16,56 por ação) registrados no exercício anterior, representando avanço de 9,9 % e 10,0 %, respectivamente.
Do ponto de vista operacional, os custos com mercadorias vendidas totalizaram US$75,037 bilhões no trimestre, contra US$69,588 bilhões no mesmo período de 2024, refletindo pressões inflacionárias e mudanças no _mix_ de produtos. As despesas operacionais (vendas, gerais e administrativas) somaram US$7,778 bilhões, ante US$7,067 bilhões no comparativo anual. O lucro operacional foi de US$3,341 bilhões, indicando ganho de escala apesar da elevação nos custos.
A base global de lojas da Costco atingiu 914 unidades ao final de agosto de 2025, das quais 629 estão localizadas nos Estados Unidos e Porto Rico. A empresa possui ainda presença relevante em mercados como Canadá (110 lojas), México (42), Japão (37), Reino Unido (29) e Coreia do Sul (20). No exercício, foram abertas 27 lojas líquidas e a administração projeta cerca de 35 inaugurações ao longo de 2026, mantendo seu plano de expansão geograficamente diversificado.
Um dos pilares do modelo de negócios da Costco segue sendo sua base de associados. As taxas de associação, que oferecem acesso às unidades e ao portfólio de produtos, são uma fonte estável de receita recorrente. Embora a empresa não tenha detalhado o número exato de membros no trimestre, a tendência histórica de crescimento, somada à baixa taxa de cancelamento, sustenta margens consistentes, dado o baixo custo de manutenção dos associados.
Entre as principais iniciativas recentes, destaca-se a ampliação do horário de funcionamento de lojas nos EUA, especialmente para membros _Executive_, que geraram incremento aproximado de 1 % nas vendas semanais. Além disso, a empresa está priorizando fornecedores nacionais em algumas categorias, como forma de mitigar custos logísticos e tarifas de importação, em resposta à volatilidade das cadeias globais.
Apesar da solidez dos resultados, permanecem alguns pontos de atenção. O aumento nos custos operacionais e nos preços de transporte pode pressionar margens em trimestres futuros. Além disso, a empresa atua em um segmento sensível à renda disponível da população, e eventual desaceleração no consumo, especialmente em bens não essenciais, pode afetar o ritmo de crescimento. A concentração das receitas em poucos mercados e a maturidade das operações nos EUA também impõem desafios para manutenção de taxas elevadas de expansão.
A companhia encerrou o ano fiscal com forte geração de caixa e crescimento em todas as regiões, com destaque para a manutenção da disciplina operacional. Embora o ambiente macroeconômico ainda represente um fator de incerteza, a Costco apresenta fundamentos operacionais sólidos, posicionando-se de forma resiliente para sustentar crescimento lucrativo nos próximos trimestres.
Conclusão do analista
A Costco possui um modelo de negócios interessante, baseado em um produto de recorrência de assinatura que permite apenas aos seus assinantes comprarem em suas lojas. Nos últimos dez anos, a empresa apresentou um crescimento de receitas e lucros acima da média. No entanto, a margem de lucro é apertada, o que é comum no setor de varejo, e atualmente o preço das ações não oferece uma assimetria favorável entre risco e retorno para o investidor. Por isso, decidimos não investir nas ações da empresa, mas continuaremos a monitorá-la.