No segundo trimestre de 2025, a Chevron apresentou resultados moderados, marcados por crescimento operacional, mas com retração no lucro líquido diante de um ambiente de preços menos favorável. A receita totalizou cerca de US$48,6 bilhões, queda de 10% em relação ao mesmo período de 2024, refletindo principalmente a redução dos preços médios do petróleo e do gás natural no mercado internacional.
O lucro líquido foi de US$2,5 bilhões, abaixo dos US$4,4 bilhões registrados um ano antes, impactado por perdas cambiais de US$348 milhões e ajustes contábeis relacionados à marcação a mercado de participações na Hess Corporation. O fluxo de caixa das operações somou US$8,6 bilhões, montante suficiente para sustentar o pagamento de dividendos e recompras de ações, que totalizaram US$5,5 bilhões no trimestre.
No campo operacional, a Chevron atingiu recorde de produção nos Estados Unidos, ultrapassando 1 milhão de barris equivalentes de petróleo por dia no Permian Basin, enquanto a produção global manteve-se próxima de 3,1 milhões de boe/dia. O desempenho do segmento upstream continuou sendo o principal vetor de geração de caixa, sustentado por volumes crescentes e custos de extração controlados, embora a rentabilidade tenha sido pressionada pela queda nas cotações do Brent e do gás natural liquefeito (GNL). No downstream, a companhia registrou leve recuperação nas margens de refino e maior volume de comercialização de combustíveis, compensando parcialmente os efeitos adversos de preços e despesas operacionais mais elevadas.
A Chevron também avançou em seu processo de integração da Hess Corporation, aquisição concluída em julho de 2025, que adiciona ao portfólio ativos relevantes em Guyana, Bakken (EUA) e Golfo do México, fortalecendo a posição da empresa em projetos de baixo custo e alto potencial produtivo. A administração reiterou foco na disciplina de capital, prevendo sinergias operacionais ao longo dos próximos trimestres e priorizando projetos de rápido retorno.
Ao mesmo tempo, mantém atenção aos riscos de volatilidade de preços de energia, custos crescentes de capex e desafios regulatórios em diferentes mercados. De modo geral, o trimestre refletiu uma operação sólida em termos produtivos e de geração de caixa, ainda que o ambiente de preços e efeitos contábeis tenham limitado a lucratividade no curto prazo.
Conclusão do analista
A Chevron é uma das principais empresas globais do setor de petróleo e gás, com presença em diversos continentes. Apesar dos desafios enfrentados pelo setor, como a volatilidade dos preços do petróleo e a crescente pressão ambiental, a Chevron mantém boa saúde financeira, com receitas e lucros consistentes e baixa alavancagem. A empresa investe em tecnologias mais limpas e na redução de sua pegada de carbono, buscando se adaptar às mudanças no mercado. Recomendamos a compra de suas ações, mas é importante lembrar que empresas de commodities são cíclicas e podem variar suas cotações de maneira abrupta.