A Broadcom apresentou mais um trimestre sólido em seu exercício fiscal de 2025, sustentada pela crescente demanda por soluções de infraestrutura de inteligência artificial. A receita líquida do 3T fiscal totalizou **US$ 16,0 bi**, um avanço de 22 % em relação ao mesmo período do ano anterior. O EBITDA ajustado somou **US$ 10,7 bi**, refletindo um crescimento de 30 % a/a e margem operacional consistente com a escala e sofisticação de seu portfólio.
O lucro por ação reportado (GAAP) atingiu **US$ 1,69**, superando levemente as expectativas do mercado. A empresa destacou que o desempenho foi impulsionado principalmente pela linha de semicondutores para aplicações em IA, redes de alta capacidade e soluções personalizadas para data centers, setores que têm mostrado forte expansão em 2025.
A demanda estrutural por aceleradores e chips de rede de última geração foi um dos principais vetores de crescimento. Em destaque, a Broadcom anunciou um acordo estratégico com a OpenAI para o fornecimento de **10 GW de aceleradores de IA**, reforçando seu posicionamento no ecossistema de hardware para grandes modelos. Além disso, lançou o chip **Thor Ultra**, uma solução de 800G para redes de altíssimo desempenho, voltada a ambientes corporativos e data centers que utilizam infraestrutura intensiva em IA.
Em termos financeiros, a companhia reafirmou sua projeção de receita para o 4T fiscal em **US$ 17,4 bi**, indicando continuidade no ciclo de expansão. A estratégia da Broadcom combina inovação tecnológica com contratos de longo prazo, o que confere maior previsibilidade operacional.
No entanto, o cenário não está isento de riscos. A elevada dependência de ciclos de investimento em IA, somada à concorrência crescente de players como Nvidia, AMD e soluções customizadas internas por grandes empresas, pode impor desafios. Adicionalmente, a volatilidade macroeconômica e a possível normalização de investimentos em infraestrutura digital exigem cautela na projeção de crescimento de longo prazo.
Ainda assim, a Broadcom tem se diferenciado por sua abordagem verticalizada e capacidade de entregar soluções personalizadas com alta margem. A performance do 3T25 reforça a tese de que a empresa se consolida como um dos principais fornecedores de infraestrutura para a nova era computacional baseada em IA.
Para os próximos trimestres, a atenção do mercado estará voltada à execução dos grandes contratos firmados, à tração comercial dos novos produtos de rede e à resiliência da demanda por infraestrutura digital. A expectativa é de continuidade no crescimento da receita, ainda que com maior dependência dos investimentos no setor de inteligência artificial.
Conclusão do analista
A Broadcom é uma das principais empresas globais no setor de semicondutores e software de infraestrutura. Contudo, embora reconheçamos o seu potencial de crescimento, a companhia está sendo negociada sem margem de segurança significativa, o que reduz a atratividade do investimento sob uma ótica de risco-retorno.