O setor logístico segue aquecido, com vacância abaixo de 8% pela primeira vez na história e crescimento no aluguel médio pedido. Contudo, o LVBI11 destoou do mercado no início de 2025 ao enfrentar aumento atípico de vacância, após devoluções em ativos importantes.
A vacância do fundo subiu para 10,7% após saídas da Sequoia (Extrema) e Dia% (Mauá), empresas em recuperação judicial. A inadimplência gerada afetou os rendimentos, com perdas de R$0,17 por cota. A saída, no entanto, abriu espaço para locatários mais saudáveis.
O galpão de Extrema foi rapidamente ocupado por Nestlé, Solistica e ArcelorMittal, mostrando forte atratividade do ativo. Já Mauá e Cajamar seguem como os principais pontos de vacância no portfólio.
Novos contratos com Atakarejo, Principia e Interbrands Foods devem reduzir a vacância para 3,9% no relatório de julho, com melhora estrutural prevista mesmo com devoluções futuras já mapeadas.
Apesar da melhora operacional, o fundo precisou usar reservas para manter a distribuição de R$0,75 por cota no semestre. Com a vacância projetada em 6,4%, esse patamar se mostra sustentável sem necessidade de recorrer novamente às reservas.
Num cenário de vacância zero, o fundo teria potencial para distribuir R$0,80/cota, mas tal cenário é improvável no curto prazo. A elevação relevante nos rendimentos depende de vendas de ativos, o que é pouco provável diante dos juros altos.
A mais recente reavaliação reduziu o valor patrimonial do fundo de R$124,77 para R$117,64, pressionado pela alta da taxa Selic. Ainda assim, o fundo segue sem apresentar problemas estruturais e pode recuperar valor com a queda dos juros.
A gestão se mostrou eficaz em recolocar ativos vagos, mas o fundo segue sensível à dinâmica de juros e ao risco de concentração, especialmente em Extrema (MG), cuja atratividade pode ser afetada pela reforma tributária.
O dividend yield atual gira em torno de 8,97% ao ano, dentro da média de mercado. A valorização histórica dos ativos é um ponto forte, como demonstrado na única venda realizada, que gerou lucro de 34% sobre o valor de aquisição.
De forma geral, o fundo enfrentou um semestre desafiador, mas vem reagindo com agilidade. A redução da vacância e a manutenção do nível de distribuição indicam resiliência, com possibilidade de valorização futura em um cenário macro mais favorável.
Conclusão do Analista
Os FIIs, como o LVBI11, dependem fortemente da queda da taxa de juros para destravar valor, já que poucos ativos de renda variável performam bem em cenários econômicos adversos como o atual.
Apesar dos riscos, especialmente a concentração em Extrema (MG) e os efeitos da reforma tributária, o fundo segue atrativo por seu potencial de valorização e pode se beneficiar com a melhora das condições macroeconômicas.