O momento do JURO11 pode ser claramente dividido em duas vertentes: a operação do fundo e o desempenho do setor.
Começando pelo mercado de infraestrutura, um risco que assola os brasileiros é o da incerteza política. O governo atual já promoveu aumento de impostos para reforçar sua arrecadação e, não satisfeito, segue em busca de novas formas de tributação. Nesse contexto, os ativos incentivados entraram na mira do Leão.
Desde a publicação da MP, em junho deste ano, houve uma corrida para emissão de debêntures, já que essas manteriam seus benefícios tributários. Esse movimento provocou o chamado “fechamento de _spread_”, no qual os novos ativos passaram a ser lançados com taxas cada vez mais baixas.
O grande problema é que esse movimento também acrescenta uma expectativa maior de volatilidade para os próximos anos.
A gestão do fundo já tomou medidas para se preparar para um ambiente mais volátil. Uma delas foi a redução do _hedge_ da carteira, o que aumentou a sensibilidade do fundo às mudanças na taxa de juros.
A estratégia da gestão é tentar anular — ou até superar — a desvalorização causada por movimentos no _spread_ por meio da marcação a mercado decorrente das oscilações na taxa de juros. Entendemos que essa parte do texto pode parecer mais complexa, mas isso se deve ao próprio cenário atual, que de fato é desafiador.
Do ponto de vista operacional, o fundo segue muito bem. Ele mantém uma carteira pulverizada, contando hoje com mais de 100 operações. A debênture mais representativa equivale a apenas 3,4% do patrimônio líquido.
A diversificação de devedores é essencial para reduzir o impacto de eventuais inadimplências. Outra forma de diversificação muito bem-vinda nos fundos é a setorial. Ter devedores de diferentes segmentos da economia contribui para a redução do risco.
Conclusão do Analista
Está claro que vemos mais aspectos positivos do que negativos no JURO11. O fundo reúne todos os fundamentos necessários para ser recomendado. Justamente por isso, esta foi uma decisão difícil de ser tomada.
Apesar de todas as qualidades do fundo, o cenário brasileiro apresenta muitos desafios no curto prazo. Assim, uma postura mais cautelosa, evitando novas compras, parece ser a decisão mais prudente neste momento.
O fundo permanece em nosso radar para uma futura recomendação positiva, assim que identificarmos uma melhora no cenário. Hoje, nossa orientação para o JURO11 é de aguardar.
Portanto, nossa recomendação atual é de manutenção.