O 3T25 marcou um trimestre de forte evolução operacional para a Vamos, que conseguiu recuperar a ocupação, acelerar a implantação de ativos e entregar crescimento de receita mesmo diante de um ambiente de juros altos e maior seletividade na concessão de crédito. A administração destacou que este foi o período mais eficiente do ano em termos de execução, com melhora simultânea em ocupação, redução de estoques, avanço na geração de caixa e queda do endividamento.
A companhia alcançou receita líquida de R$1,529 bilhão, alta de 25,2% a/a, impulsionada pelo salto de 87,4% na venda de ativos (R$395 milhões) e pela expansão de 12,0% da locação (R$1,0 bilhão), que segue como principal vetor de recorrência do negócio. O trimestre consolidou recordes em frota alugada, número de contratos ativos e receita de locação, reforçando que a demanda por ativos pesados permanece resiliente mesmo com o custo do crédito elevado.
A ocupação da frota avançou para 85,8%, apoiada pela redução do estoque de ativos ociosos e pela queda de 31% nas retomadas em relação ao trimestre anterior, reflexo da maior diligência na aprovação de crédito e da menor exposição ao setor de transporte de grãos. A melhora da ocupação veio acompanhada de uma expansão relevante na rentabilidade dos novos contratos, com TIR média subindo para 21,7%, o maior nível desde 2022, e yield mensal atingindo 2,83%.
O volume de Capex Contratado cresceu 37,8% a/a, refletindo a combinação de novos contratos 0km e extensões. A estratégia de priorizar renovações tem reduzido a necessidade de compras adicionais e contribuído para aliviar o caixa. O trimestre apresentou a maior redução de estoques do ano, tanto via vendas quanto via implantação de ativos, com o nível de 0km atingindo apenas 2,4 meses – o menor desde o IPO. O backlog de novas implantações permaneceu estável, com ritmos de contratação mais distribuídos ao longo do ano, e outubro já iniciou com o maior mês da história do produto Sempre Novo.
O EBITDA ajustado totalizou R$895 milhões, avanço de 3,7% a/a, com margem de 58,5%, pressionado pelos maiores custos de manutenção, preparação de frota e expansão comercial. Apesar da queda de margem, o desempenho se manteve sólido diante do forte crescimento da receita, sinalizando que os ajustes operacionais serão capturados de forma mais plena em 2026.
O lucro líquido ajustado foi de R$50,4 milhões, queda de 72,7% a/a, influenciado pelo aumento da despesa financeira, que cresceu 35,3% por conta da maior taxa básica de juros e do saldo médio mais elevado de dívida. Mesmo com o impacto dos juros, a companhia reforçou que a inadimplência apresentou queda relevante e contribuiu com R$15 milhões de recuperação de créditos, ajudando na geração de caixa.
A geração de caixa operacional foi um dos principais destaques, superando novamente o nível de investimentos em frota e juros, permitindo à Vamos reduzir a dívida líquida para R$11,96 bilhões, a primeira queda em oito trimestres. A alavancagem recuou para 3,27x dívida líquida/EBITDA, cumprindo o guidance anual ainda no 3T25, o que evidencia o ganho de eficiência na gestão de capital.
Conclusão do Analista
O Grupo Vamos (VAMO3) mantém fundamentos sólidos e posição de liderança, mesmo após queda no lucro e desaceleração recente. A esperada redução da Selic deve reforçar sua rentabilidade. Recomendação final: VAMO3 é uma das melhores oportunidades de investimento para o longo prazo.