A ROMI apresentou um trimestre de forte recuperação, combinando expansão de receitas, melhora das margens e um expressivo aumento na carteira de pedidos. A receita operacional líquida atingiu R$ 349,3 milhões, avanço de 31,9% em relação ao 3T24, impulsionada pelo crescimento da unidade Burkhardt+Weber (B+W) e pelo bom desempenho da divisão de Fundidos e Usinados.
O EBITDA ajustado somou R$ 38 milhões, alta de 60,8% frente ao mesmo período do ano anterior, resultando em margem EBITDA ajustada de 10,9%, reflexo da maior eficiência operacional e do controle rigoroso das despesas. O lucro líquido ajustado alcançou R$ 27,4 milhões, crescimento de 103% na comparação anual, consolidando o melhor resultado dos últimos trimestres.
O principal destaque do período foi a performance da subsidiária B+W, que registrou receita próxima de R$ 100 milhões e uma melhora de 84 p.p. na margem operacional, resultado do avanço das entregas e da forte demanda por máquinas de alta complexidade. A unidade também ampliou sua carteira de pedidos em 35,2%, para R$ 512,6 milhões, reforçando o posicionamento da ROMI no mercado europeu.
A unidade de Máquinas Romi apresentou leve retração de 2,2% na receita, para R$ 197,8 milhões, reflexo de menor volume de novos pedidos no mercado doméstico, compensado pelo aumento da relevância do negócio de locação de máquinas, que segue em crescimento gradual. Já Fundidos e Usinados avançou 12,6% em receita, impulsionado por pedidos do setor eólico e pela retomada gradual da demanda automotiva.
Em termos de rentabilidade, a margem operacional ajustada subiu 2,4 p.p., para 5,8%, refletindo ganhos de eficiência produtiva e diluição de custos fixos. O segmento de Fundidos e Usinados ainda enfrenta pressão do mix de produtos e da ociosidade parcial das plantas, mas as iniciativas voltadas à revisão de processos e ao foco em produtos de maior valor agregado devem contribuir para uma melhora no segundo semestre.
A carteira consolidada de pedidos encerrou o trimestre em R$ 895,3 milhões, aumento de 18% em relação ao 3T24 e de 3,3% frente ao 2T25 — um dos maiores volumes da história recente da companhia. O resultado reforça a confiança dos clientes e a solidez operacional da ROMI, mesmo em um ambiente de juros elevados e confiança industrial no menor nível desde a pandemia.
Conclusão do Analista
A Indústria Romi melhorou sua eficiência produtiva e saúde financeira, reduzindo seu endividamento e aumentando seu lucro operacional. No entanto, devido à volatilidade da demanda por seus produtos de alto valor agregado, não recomendamos a compra das ações da empresa.