O 3T25 marcou mais um trimestre de crescimento consistente e ganho de eficiência operacional para a JSL, que segue fortalecendo sua posição como o maior operador logístico rodoviário do Brasil, com presença diversificada em 16 setores da economia e atuação em três frentes estratégicas — _Serviços Dedicados_, _Intralog_ e _JSL Digital_. A companhia registrou aumento de margens e redução de alavancagem, mesmo diante de um cenário macroeconômico de juros elevados e desaceleração do consumo.
O trimestre também marcou cinco anos da relistagem da JSL na B3, período em que a companhia entregou CAGR de 19% em crescimento orgânico e executou oito aquisições, expandindo sua atuação para três novos países (Paraguai, África do Sul e Gana).
A Receita Líquida consolidada atingiu R$2,48 bilhões, crescimento de 5,6% a/a, impulsionada pela maturação de contratos implantados no primeiro semestre e pela expansão das unidades Intralog (+19%) e JSL Digital (+18%), que compensaram a leve retração em _Serviços Dedicados_ (-0,7%).
O EBITDA ajustado somou R$526 milhões, aumento de 12,8% a/a, com margem de 21,2%, alta de 1,3 p.p. frente ao 3T24 — o maior patamar dos últimos anos. O resultado reflete o reajuste de contratos para recompor custos inflacionários e os ganhos de eficiência do programa Escala JSL, que integra digitalização de processos, hiperautomação e inteligência artificial na operação.
O Lucro Líquido ajustado foi de R$35,8 milhões, recuo de 50,7% a/a, pressionado pelo aumento do CDI médio e consequente elevação das despesas financeiras, parcialmente compensadas pela redução do _spread_ médio das dívidas. O resultado reforça o impacto do custo de capital elevado sobre a última linha, ainda que operacionalmente a companhia mantenha rentabilidade estável.
A alavancagem caiu para 3,0x dívida líquida/EBITDA (2,5x pela métrica EBITDA-A), redução de 0,15x em relação ao 2T25, refletindo a disciplina financeira e a conversão de capex em contratos de aluguel de ativos, estratégia que libera caixa e torna o balanço mais leve.
O ROIC alcançou 14,6%, sustentado pela recuperação de margens e pela maior representatividade de contratos _asset light_, que demandam menos capital. O fluxo de caixa livre após crescimento atingiu R$592,7 milhões, evidenciando capacidade de autofinanciamento e de desalavancagem mesmo em ambiente de juros elevados.
Conclusão do Analista
Vemos a JSL bem posicionada para crescer com qualidade: escala, mix asset light, cross-selling robusto e capex enxuto favorecem geração de caixa e desalavancagem. O setor é vasto e fragmentado, com um vetor estrutural de consolidação que tende a premiar plataformas líderes como a JSL. No valuation relativo, o EV/EBITDA negocia levemente abaixo da Tegma e próximo do piso histórico da JSL, enquanto os números operacionais seguem melhorando — combinação que cria assimetria positiva para o investidor de médio/longo prazo.