As reservas confirmadas atingiram R$4,25 bilhões, alta de 15,4% a/a, com destaque para o segmento Brasil (+14,5%), impulsionado pelo forte desempenho do B2B (+27%). A Rextur Advance consolidou sua liderança na consolidação aérea, ampliando acordos com agências internacionais, enquanto a Visual Turismo e o Conectaas — nova plataforma digital B2B da companhia — apresentaram desempenho acima das projeções. Na Argentina, as reservas cresceram 19%, refletindo a retomada da demanda e o ajuste da oferta aos destinos mais procurados pelos consumidores locais.
A receita líquida consolidada foi de R$376,8 milhões, avanço de 3,6% a/a, com take rate de 8,6%, redução de 0,8 p.p. em função do maior peso do B2B no mix de receitas, segmento de margens mais baixas. O Brasil respondeu por R$318,8 milhões (+3,0%) e a Argentina por R$58 milhões (+6,7%).
O EBITDA ajustado totalizou R$130,5 milhões, aumento de 4,7% a/a, com margem de 34,6%, o maior nível desde 2019. O desempenho reflete ganhos de eficiência operacional, controle de despesas e melhoria na diluição de custos fixos, especialmente nas despesas gerais e administrativas, que recuaram para menos de 50% da receita líquida no Brasil.
O lucro líquido ajustado alcançou R$62,5 milhões, crescimento de 35,6% a/a, impulsionado por crédito de imposto diferido de R$34,9 milhões e pela forte performance operacional. O resultado financeiro, embora ainda pressionado, foi parcialmente compensado por efeitos positivos da reestruturação de passivos e da renegociação de contratos de antecipação de recebíveis.
A geração operacional de caixa atingiu R$146 milhões, crescimento de R$5 milhões a/a, sustentada pela redução das necessidades de capital de giro e pela maior eficiência na gestão de contas a receber. O fluxo de caixa livre foi positivo em R$114 milhões, mesmo após investimentos em tecnologia e digitalização.
A dívida líquida encerrou o trimestre em R$198,6 milhões, queda de 50% em relação ao 2T25, com alavancagem de apenas 0,5x EBITDA LTM, refletindo a amortização extraordinária de R$196,5 milhões em debêntures e a reversão de R$104,6 milhões em passivos de aquisições. A melhora do perfil de endividamento levou a Fitch Ratings a revisar a perspectiva do rating para “positiva”, reforçando a confiança do mercado na estrutura financeira da companhia.
Conclusão do Analista
Após anos de reestruturação, a companhia mostra sinais claros de virada, com margens em recuperação, menor alavancagem e avanço operacional consistente. A melhora estrutural e o fortalecimento da demanda indicam potencial relevante, mas ainda exigem confirmação nos próximos trimestres. Mantemos visão construtiva, porém cautelosa, com recomendação Neutra até que a trajetória de retomada se consolide de forma sustentável.