A CVC encerrou o trimestre com resultados encorajadores, marcando mais uma etapa em sua trajetória de recuperação operacional. As reservas confirmadas atingiram R$ 4,1 bilhões, alta de 15% na comparação anual, impulsionadas pelo avanço das operações tanto no Brasil (+10%) quanto na Argentina (+37%).
A receita líquida somou R$ 342 milhões, crescimento de 16%, refletindo o aumento do volume de vendas e a melhora do take rate no segmento B2C. O EBITDA ajustado foi de R$ 92,3 milhões, avanço expressivo de 31%, com margem de 27%, resultado da maior eficiência operacional e do controle rigoroso de custos.
Mesmo com o aumento pontual de despesas em marketing e meios de pagamento, o resultado operacional manteve-se robusto, com crescimento de dois dígitos nas principais linhas de negócios. A geração de caixa operacional atingiu R$ 131 milhões, superando o patamar do ano anterior, impulsionada pela melhora no capital de giro e pela gestão ativa da estrutura financeira.
O prejuízo líquido ajustado de R$ 15,9 milhões reflete o impacto das despesas financeiras mais altas, decorrentes das taxas de juros e do custo de antecipação de recebíveis. Ainda assim, o avanço operacional indica que a companhia está cada vez mais próxima do ponto de virada para o lucro.
A estrutura de capital segue em processo de otimização, com redução gradual do endividamento e antecipação de R$ 150 milhões em debêntures, movimento que reforça o compromisso da gestão com a sustentabilidade financeira.
No campo operacional, a expansão da rede de lojas continua sendo um pilar importante da estratégia de crescimento. Foram inauguradas 50 novas unidades, sendo 41 no Brasil e 9 na Argentina, com foco em cidades médias e pequenas. Os novos formatos — quiosques e lojas modulares — apresentam baixo custo de instalação e alto retorno sobre investimento.
Com mais de 1.560 unidades e uma estrutura figital (integração entre varejo físico e digital), a CVC reforça seu posicionamento como líder em turismo na América Latina, combinando capilaridade, tecnologia e eficiência comercial.
O trimestre confirma a tendência de retomada gradual, com melhora consistente nas margens e avanço operacional. Apesar do ambiente desafiador, o desempenho reforça que a CVC vem reconquistando competitividade e se reposicionando para voltar a gerar resultados positivos.
Conclusão do Analista
Após anos de reestruturação, a companhia mostra sinais claros de virada, com margens em recuperação, menor alavancagem e avanço operacional consistente. A melhora estrutural e o fortalecimento da demanda indicam potencial relevante, mas ainda exigem confirmação nos próximos trimestres. Mantemos visão construtiva, porém cautelosa, com recomendação Neutra até que a trajetória de retomada se consolide de forma sustentável.