O 3T25 foi marcado por mais um trimestre de resultados sólidos para a CSU Digital, que manteve trajetória de crescimento consistente e rentável mesmo em um ambiente macroeconômico ainda restritivo, com juros elevados e consumo moderado. A estratégia full service e o portfólio integrado de soluções em pagamentos digitais, embedded finance e hiperautomação sustentaram o desempenho operacional, reforçando a posição da companhia como uma das principais infratechs do país.
A receita líquida atingiu R$153,7 milhões, crescimento de 9,1% em relação ao 3T24, impulsionada pela expansão das duas principais verticais: CSU Pays, com R$95,7 milhões (+3,0% a/a), e CSU DX, com R$58,0 milhões (+21,0% a/a). O desempenho reflete a combinação entre aumento de volumes, novos contratos e o avanço das soluções baseadas em inteligência artificial, que vêm ganhando maior participação no portfólio.
O lucro bruto totalizou R$61,8 milhões (+4,3% a/a), com margem de 40,2%. A CSU DX foi o principal destaque, com crescimento de 41,2% nesse indicador, beneficiada pela adoção crescente da plataforma HAS — solução de hiperautomação que utiliza IA para otimizar processos de front e back office.
O EBITDA consolidado somou R$46,5 milhões, com margem de 30,2%, resultado apenas 3,7% inferior ao recorde do 3T24, mesmo diante do aumento dos investimentos em novas frentes de negócio e do efeito temporário da reoneração trabalhista. Excluindo esses fatores, o EBITDA ajustado alcançaria R$56,2 milhões, alta de 8,0% a/a, com margem de 36,8%, refletindo a força do modelo operacional.
O lucro líquido foi de R$23,8 milhões (+7,5% a/a), com margem de 15,5%, sustentado pela eficiência operacional e pelo controle rigoroso de despesas. Ajustado pelos efeitos da reoneração e dos investimentos estratégicos, o lucro líquido teria sido de R$33,1 milhões, com margem de 21,7%, evidenciando a robustez da rentabilidade estrutural da CSU.
A geração de caixa operacional foi novamente expressiva, totalizando R$60,6 milhões (+49,3% a/a). O desempenho foi favorecido pela melhora no capital de giro, com redução de contas a receber e alongamento de prazos junto a fornecedores, o que elevou a conversão de EBITDA em caixa. A companhia encerrou o trimestre com posição líquida de caixa de R$51,3 milhões (R$24,8 milhões excluindo depósitos judiciais), revertendo a posição praticamente neutra do ano anterior. A CSU não possui dívidas financeiras, o que assegura ampla flexibilidade para financiar seu crescimento orgânico e novos projetos estratégicos.
O CAPEX somou R$20,3 milhões, concentrado no aprimoramento de soluções tecnológicas, reforço em segurança cibernética e avanço da operação internacional. Desse total, cerca de 90% foram destinados à CSU Pays, com destaque para investimentos na plataforma CSU Switcher, em soluções cross-border e em aplicações de IA voltadas a pagamentos e prevenção a fraudes.
No campo estratégico, a companhia segue avançando na internacionalização de suas operações, com o lançamento iminente de seu primeiro produto nos Estados Unidos. A iniciativa inclui serviços de processamento de cartões e a oferta de um cartão global emitido em dólar, voltado ao público brasileiro, ampliando o mercado endereçável e diversificando as fontes de receita.
Em síntese, o 3T25 reafirma a consistência operacional e financeira da CSU Digital. A combinação entre crescimento equilibrado, margens elevadas, geração de caixa robusta e ausência de endividamento mantém a companhia em posição privilegiada para capturar as oportunidades de expansão do ecossistema digital e de embedded finance no Brasil e no exterior.
Conclusão do Analista
Reconhecemos a qualidade e potencial da operação, mas entendemos que por hora, o seu perfil é voltado a investidores mais agressivos.
Acompanharemos de perto os resultados da companhia, sabendo que as próximas decisões da CSU, podem refletir em uma queda ou ascensão em nosso ranking. Levando em conta todos os pontos positivos e negativos da empresa, optamos por recomendar compra para as ações da CSU Digital (CSUD3).