A companhia registrou receita líquida recorde de R$3,5 bilhões, um aumento de 11,4% em relação ao 3T24, impulsionado principalmente pelo bom desempenho do segmento de veículos leves — responsável por cerca de 80% do faturamento total. O lucro bruto somou R$500 milhões, alta de 13,7% a/a, enquanto o EBITDA ajustado atingiu R$144 milhões, redução de 9,4% em relação ao ano anterior, com margem EBITDA ajustada de 4,2%.
O resultado operacional reflete a melhora de volume nas divisões de varejo de veículos novos e usados, que cresceram 13,6% e 25,5% a/a, respectivamente, superando o mercado em ambos os casos. O avanço das vendas nas mesmas lojas e o aumento da penetração de produtos de F&I, que oferece diferentes opções de financiamento para financiar a aquisição de veículos e seguros, e pós-venda, que contempla todos os produtos e serviços prestados, como oficina e venda de peças, contribuíram para a expansão das margens e reforçaram a tendência de recuperação gradual da rentabilidade.
Já no segmento de veículos pesados, a empresa reportou uma retração no volume de vendas de caminhão de 1.4%, mas conseguiu melhorar a margem bruta do segmento para 18%, ganho de 1 ponto percentual na comparação anual. No agro, o segmento segue pressionado, mas vem acelerando os volumes de vendas, que avançaram 4.5% na comparação anual e com melhora de 3.6 pontos percentuais na margem bruta. Contudo, a empresa reconheceu um _impairment_ de R$105 milhões (R$95 milhões líquidos), ajustando o valor de estoques e contas a receber, em linha com o ambiente desafiador do setor agro.
O resultado líquido ajustado foi negativo em R$65,7 milhões, reflexo das despesas financeiras líquidas de R$155 milhões. Apesar disso, a companhia destacou que o retorno à lucratividade sustentável é prioridade estratégica e que as medidas de eficiência já implementadas devem surtir efeito mais relevante em 2026.
Do lado financeiro, a geração de caixa livre foi positiva em R$170 milhões no trimestre, e a dívida líquida recuou 4,2% frente ao 2T25. A redução de 17% nos estoques pagos, especialmente no segmento agro, foi decisiva para esse desempenho. Atualmente, ainda existem cerca de R$200 milhões de estoque excedente que contribuirão para redução da alavancagem.
Conclusão do Analista
A Automob atravessa um momento desafiador após a cisão da Vamos e a fraqueza do agronegócio, mas enxerga-se um claro potencial de recuperação à medida que o ciclo do agro melhora, os juros recuam e a desalavancagem avança. Acreditamos que 2026 deve marcar a volta aos níveis históricos de rentabilidade, destravando valor para o acionista. Por isso, mantemos AMOB3 como COMPRA para investidores arrojados, com a ressalva de que é essencial monitorar a exposição total ao Grupo Simpar, dado o grau de correlação entre as empresas do conglomerado.