O 3T25 foi marcado por um ambiente setorial mais desafiador, com retração de volumes e desaceleração de consumo em vários mercados. Ainda assim, a Ambev manteve desempenho resiliente, com crescimento orgânico da receita líquida e expansão de margens, sustentados pela execução disciplinada da estratégia e pela força de seu portfólio.
O volume consolidado caiu 5,8% a/a, refletindo fraqueza das indústrias de bebidas no Brasil (-7,9%) e no Canadá (-2,0%), parcialmente compensada por crescimento em América Central e Caribe (+1,3%). Apesar disso, a receita líquida orgânica avançou 1,2%, sustentada pelo aumento de 7,4% da receita por hectolitro (ROL/hl).
O EBITDA Ajustado cresceu 2,9% a/a, com margem EBITDA Ajustada de 33,9%, expansão de 50 pb. O desempenho reflete ganhos de eficiência e controle de custos, compensando os efeitos do câmbio e das commodities. O lucro líquido ajustado atingiu R$3,84 bilhões, alta de 7,4%, impulsionado por menor despesa com imposto de renda, parcialmente compensada por maior despesa financeira líquida.
O fluxo de caixa operacional totalizou R$6,9 bilhões, queda de 14,7% a/a, impactado por maior pagamento de tributos sobre a renda em base caixa. Ainda assim, a geração de caixa permaneceu robusta, sustentando dividendos intermediários de R$6 bilhões e a aprovação de um programa de recompra de ações de até R$2,5 bilhões (208 milhões de ações) a ser executado em até 18 meses.
Conclusão do Analista
A AmBev é uma empresa de grande sucesso, com uma necessidade de capital de giro negativa, saúde financeira intacta, boa geração de caixa operacional e lucratividade/rentabilidade. No entanto, sua hegemonia vem sendo desafiada por concorrentes e isso pode continuar pressionando seus indicadores para os próximos anos. Pela falta de margem de segurança, não recomendamos as ações ABEV3.