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O que é o ROA de uma ação?

Gabriel Bassotto
Por
Gabriel Bassotto
,
Analista
-

O ROA (Return on Assets), ou Retorno sobre Ativos, é um indicador financeiro muito importante que mede a eficiência de uma empresa em gerar lucros a partir de seus ativos. Em termos simples, o ROA ajuda a entender quão bem a gestão de uma empresa está utilizando os seus recursos (ou ativos) para gerar lucro. Isso o torna um índice essencial para os investidores que buscam analisar a rentabilidade e a eficiência de uma empresa.

Este artigo tem como objetivo explicar de maneira clara e didática o que é o ROA, como ele é calculado e como você pode interpretá-lo na hora de investir em ações. Entender o ROA pode ajudar você a tomar decisões mais informadas e identificar empresas que usam seus ativos de forma eficiente.

O que é o ROA?

O ROA é um indicador utilizado para avaliar a rentabilidade de uma empresa em relação aos seus ativos totais. Ou seja, ele mostra a capacidade da empresa de transformar seus recursos em lucro. Quando uma empresa investe em máquinas, imóveis, tecnologia ou qualquer outro ativo, o ROA mede o retorno financeiro que ela consegue obter a partir desses ativos.

Se uma empresa apresenta um ROA elevado, isso significa que ela é eficiente em utilizar seus recursos para gerar lucro. Por outro lado, um ROA baixo pode sugerir que a empresa não está utilizando bem seus ativos, o que pode ser um sinal de alerta para os investidores.

Importância do ROA

O ROA é um dos indicadores mais importantes para investidores que desejam analisar a eficiência operacional de uma empresa. Ele permite comparar empresas do mesmo setor e entender quais delas conseguem gerar mais lucros com menos recursos. Isso é especialmente útil para identificar empresas que são boas candidatas a investimentos de longo prazo.

Além disso, o ROA ajuda a identificar empresas que estão utilizando seus ativos de maneira inteligente e, portanto, são mais prováveis de ter uma vantagem competitiva no mercado. Isso faz com que o ROA seja amplamente utilizado por analistas financeiros e investidores que buscam empresas com uma gestão eficiente e um bom desempenho operacional.

Como calcular o ROA?

O cálculo do ROA é bastante simples e utiliza dois componentes principais: o lucro líquido da empresa e o total de ativos. A fórmula é a seguinte:

A ideia aqui é dividir o lucro líquido da empresa pelos seus ativos totais, o que nos dá uma porcentagem que indica quanto de lucro a empresa está gerando para cada unidade monetária investida em ativos.

Passo a passo do cálculo

  1. Determinar o lucro líquido: O lucro líquido de uma empresa é o montante final que sobra após todas as despesas (incluindo impostos) serem pagas. Este valor pode ser encontrado nos relatórios financeiros da empresa, como o balanço patrimonial ou a demonstração de resultados.

  2. Obter o total de ativos: O total de ativos é o valor que representa todos os bens e recursos que a empresa possui, incluindo dinheiro em caixa, imóveis, maquinário, estoques, entre outros. Esse valor também está presente nos relatórios financeiros da empresa.

  3. Aplicar os valores na fórmula: Após obter o lucro líquido e o total de ativos, basta aplicar os valores na fórmula do ROA e multiplicar o resultado por 100 para obter a porcentagem.

Exemplo prático

Suponha que a Empresa ABC tenha um lucro líquido de R$ 1 milhão no último ano e ativos totais no valor de R$ 10 milhões. O cálculo do ROA seria:

Nesse exemplo, a Empresa ABC apresenta um ROA de 10%, o que significa que ela gera R$ 0,10 de lucro para cada R$ 1,00 investido em seus ativos.

Interpretação do ROA

Calcular o ROA é apenas o primeiro passo. O verdadeiro valor desse indicador está na interpretação do resultado e no entendimento de como ele pode influenciar suas decisões de investimento.

Análise dos resultados

No entanto, é importante lembrar que o ROA deve ser interpretado dentro do contexto da indústria. Em setores que exigem grandes investimentos em ativos, como o setor industrial ou de telecomunicações, é comum que o ROA seja mais baixo em comparação a setores com menos ativos físicos, como empresas de software ou tecnologia.

Contexto setorial

O ROA varia significativamente entre diferentes setores. Por exemplo, empresas de tecnologia costumam ter ROAs mais altos porque operam com ativos intangíveis, como software e patentes, que geram altos retornos com poucos recursos físicos. Por outro lado, indústrias pesadas, como a mineração ou a construção, tendem a apresentar ROAs mais baixos devido aos grandes investimentos necessários em equipamentos e infraestrutura.

Por isso, ao analisar o ROA, é fundamental comparar empresas dentro do mesmo setor para garantir uma análise justa e relevante.

Limitações do ROA

Embora o ROA seja uma métrica valiosa, ele tem suas limitações. Usá-lo isoladamente para tomar decisões de investimento pode ser arriscado, pois ele não fornece uma visão completa da saúde financeira da empresa. Aqui estão algumas das principais limitações do ROA:

Uso em conjunto com outros indicadores

Para obter uma visão mais completa da saúde financeira de uma empresa, o ROA deve ser analisado em conjunto com outros indicadores, como o ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) e o ROI (Retorno sobre Investimento). Isso ajudará a entender melhor o desempenho da empresa em diferentes aspectos e fornecerá uma base mais sólida para suas decisões de investimento.

Exemplos práticos de análise do ROA

Vamos agora ver dois exemplos práticos de empresas que operam em diferentes setores, o que pode nos ajudar a entender como o ROA varia entre elas.

Empresa A – Setor de Tecnologia

A Empresa A é uma startup de software com ativos intangíveis e baixo investimento em infraestrutura física. Seu lucro líquido anual é de R$ 5 milhões, e seus ativos totais são de R$ 20 milhões. O ROA da empresa é calculado da seguinte forma:

Um ROA de 25% é excelente, o que reflete a eficiência da Empresa A em transformar seus ativos em lucro. Para investidores, essa alta rentabilidade pode indicar uma empresa sólida e bem gerida no setor de tecnologia.

Empresa B – Setor Industrial

A Empresa B opera no setor industrial e possui grandes investimentos em maquinário e infraestrutura. Seu lucro líquido é de R$ 10 milhões, mas seus ativos totais somam R$ 200 milhões. O cálculo do ROA é:

Embora o ROA da Empresa B seja significativamente menor, isso não significa necessariamente que a empresa esteja mal gerida. Como o setor industrial exige muitos ativos físicos, é natural que o ROA seja mais baixo nesse caso.

Conclusão

O ROA é um dos principais indicadores para avaliar a rentabilidade de uma empresa em relação aos seus ativos. Ele oferece uma visão clara sobre a eficiência operacional da empresa e ajuda os investidores a identificar boas oportunidades de investimento. No entanto, como vimos, ele deve ser interpretado com cautela e sempre em conjunto com outros indicadores financeiros para fornecer uma análise completa.

Se você está buscando ações de empresas eficientes e bem geridas, o ROA pode ser uma ferramenta valiosa para sua análise.

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