A taxa de performance é uma cobrança adicional aplicada em fundos de investimento quando o gestor consegue superar um determinado benchmark, ou seja, um índice de referência previamente definido. Essa taxa serve como um incentivo para que os gestores busquem obter retornos maiores para os investidores, recompensando a gestão ativa que gera ganhos acima da média.
A taxa de performance beneficia tanto os gestores, que são recompensados por uma gestão bem-sucedida, quanto os investidores, que podem se beneficiar de retornos maiores. No entanto, é importante entender como essa taxa é calculada e em quais situações ela é aplicada, para avaliar se está contribuindo para o retorno líquido dos seus investimentos.
A taxa de performance é cobrada apenas quando o fundo supera o benchmark estabelecido, que pode ser um índice de mercado, como o CDI ou o Ibovespa, dependendo da estratégia do fundo. Quando o fundo tem um desempenho superior a esse índice, o gestor recebe um percentual sobre esse rendimento excedente.
A estrutura da taxa de performance varia de fundo para fundo, mas geralmente segue o seguinte modelo:
A taxa de performance só é cobrada quando o fundo apresenta um rendimento superior ao benchmark. Se o desempenho do fundo ficar abaixo do índice, essa taxa não é aplicada, e o investidor paga apenas a taxa de administração básica.
A taxa de administração é cobrada independentemente do desempenho do fundo, sendo aplicada sobre o patrimônio líquido total do fundo. Já a taxa de performance é condicionada à superação do benchmark, e incide apenas sobre os ganhos que excedem esse índice de referência.
Ambas as taxas podem ser cobradas simultaneamente, o que significa que o investidor precisa estar atento ao impacto cumulativo dessas cobranças sobre o rendimento total do fundo.
O cálculo da taxa de performance envolve comparar o rendimento do fundo com o benchmark durante um período de referência, que pode ser mensal, trimestral ou anual. Se o fundo superar o benchmark, a taxa de performance será aplicada sobre o ganho excedente.
Suponha que um fundo tenha como benchmark o CDI e a taxa de performance seja de 20% sobre o excedente.
Neste caso, o gestor receberá 20% sobre os 3% excedentes. Assim, a taxa de performance será 0,6% (20% de 3%), deduzida do retorno total, o que resultaria em um retorno líquido de 7,4% para o investidor.
O benchmark é o índice de referência que o fundo precisa superar para que a taxa de performance seja cobrada. Ele é escolhido com base na estratégia do fundo e deve ser adequado à classe de ativos que compõem a carteira.
O benchmark precisa ser desafiador, mas realista. Ele serve como um parâmetro de avaliação do desempenho do fundo, e escolher um benchmark muito fácil pode resultar em taxas de performance cobradas injustamente.
A taxa de performance é mais comum em fundos que envolvem uma gestão ativa e que buscam superar o mercado. Alguns dos principais tipos de fundos que cobram essa taxa incluem:
Esses fundos investem em uma combinação de diferentes ativos, como ações, títulos de dívida e câmbio. A gestão ativa desses fundos busca explorar oportunidades de ganhos superiores, tornando a taxa de performance um incentivo comum.
Fundos focados em ações geralmente têm como objetivo superar índices de referência, como o Ibovespa, e por isso também aplicam a taxa de performance para incentivar os gestores a maximizar os retornos.
Fundos hedge, que buscam retornos absolutos com diferentes estratégias de mercado, frequentemente cobram taxas de performance altas, pois o objetivo é alcançar rendimentos muito superiores aos benchmarks tradicionais.
A taxa de performance, quando cobrada, reduz os rendimentos líquidos do investidor, já que uma parte dos ganhos é destinada ao gestor. No entanto, essa cobrança só ocorre quando o fundo apresenta um desempenho superior ao benchmark, o que significa que o investidor também está lucrando mais.
Se um fundo tiver um retorno de 15% e o benchmark for de 10%, o gestor pode cobrar 20% sobre os 5% excedentes, resultando em 1% de taxa de performance. Isso significa que o retorno final para o investidor será de 14%, em vez de 15%.
Em longo prazo, esse impacto pode ser significativo, especialmente se o fundo frequentemente superar o benchmark.
A taxa de performance é justa quando o gestor entrega resultados que realmente superam o benchmark de forma significativa e consistente. Para o investidor, é importante avaliar se a cobrança dessa taxa está alinhada com a qualidade da gestão e com o valor agregado pelo fundo.
No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estabelece normas rígidas para a cobrança de taxa de performance em fundos de investimento. Essas normas garantem que as gestoras não abusem dessa prática, estipulando regras claras de divulgação e transparência para os investidores.
Embora a taxa de performance seja comum em fundos de gestão ativa, existem fundos que optam por não cobrar essa taxa, especialmente fundos de gestão passiva e ETFs. Esses fundos simplesmente acompanham um índice de mercado, como o Ibovespa ou o S&P 500, sem a necessidade de uma gestão ativa que justifique a cobrança de taxa de performance.
Ao avaliar fundos que cobram taxa de performance, o investidor deve analisar não apenas a porcentagem da taxa, mas também o desempenho histórico do fundo e a adequação do benchmark utilizado. Fundos com histórico de superar consistentemente o benchmark podem justificar a cobrança dessa taxa, desde que ela esteja alinhada com os retornos.
relevantes e desafiadores.
Fundos com maior volatilidade tendem a ter um retorno mais irregular, o que pode influenciar a cobrança da taxa de performance. Em fundos com alta volatilidade, é possível que a performance supere o benchmark em determinados momentos, resultando na cobrança da taxa, mas que, ao longo do tempo, o fundo não tenha entregado retornos consistentes.
Em fundos voláteis, o investidor deve prestar atenção especial ao desempenho no longo prazo, pois a taxa de performance pode ser cobrada em períodos de alta temporária, mas o fundo pode não manter essa tendência.
No mercado brasileiro, muitos fundos multimercados e de ações aplicam a taxa de performance. Alguns dos fundos mais populares incluem:
Esses fundos, entre outros, oferecem estratégias ativas e potencial de retornos significativos, mas também cobram taxas de performance sobre os ganhos acima do benchmark.
A taxa de performance pode ser uma ferramenta eficaz para alinhar os interesses dos gestores de fundos com os dos investidores, incentivando a busca por retornos maiores. No entanto, é fundamental que os investidores entendam como essa taxa é calculada e avaliem se ela está realmente agregando valor ao seu portfólio.
Ao escolher um fundo com taxa de performance, leve em consideração o benchmark utilizado, o histórico de desempenho do fundo e o custo total. Dessa forma, você poderá tomar decisões mais informadas e otimizar seus investimentos.